Santa Hildegarda
Santa Hildegarda de Bingen, declarada Doutora da Igreja em 2012 pelo Papa Bento XVI, além de poetisa, dramaturga e compositora, também foi considerada médica de seu tempo, por toda a sua vasta contribuição ao descrever plantas, elixires, pedras, unguentos e outros elementos da natureza que beneficiam a saúde integral do ser humano.
Praticamente, todos os que se deparam com Santa Hildegarda pela primeira vez são tomados por dois sentimentos: maravilhamento, ao descobrir que ela, iluminada pela “luz viva”, é capacitada a interpretar por meio da “voz do céu”, que sugere um encontro direto com a presença divina, por onde nos foi entregue um estilo de vida saudável e natural, abrangendo os aspectos físicos, da alma e do espírito; e surpresa, para não dizer estranhamento, por não conhecermos as riquezas presentes em nossa Igreja, nas quais ela descreve toda a criação.

Créditos: Imagem gerada por Inteligência Artificial / Chat GPT
O que compõe a medicina Hildegardiana?
Para ela, nós somos o microcosmos do macrocosmos, ou seja, nada é separado. “Deus, que fez todas as coisas por um ato de sua vontade e as criou para tornar conhecido e honrado o seu nome, não se contenta em mostrar, através do mundo, apenas o que é visível e temporal, mas manifesta nele aquelas realidades que são invisíveis e eternas. Isso é o que me foi revelado”.
Hildegarda, sempre coerente com a doutrina católica, afirmou que o pecado original destrói a felicidade e a harmonia do gênero humano, que a origem dos males está no demônio e na separação de Deus, fonte de todo o bem, obscurecendo e alterando as qualidades do corpo e da alma. Como monja beneditina, e seguindo a regra “Ora et labora” — que significa “orar e trabalhar” —, deixou um legado de equilíbrio, aconselhando jejuns moderados, uma dieta saudável, bons hábitos e evitando mortificações e extremismos. Para ela, a cura dependia do retorno à saúde integral, que é a união com Deus, pois só d’Ele vem a vida, a salvação e a saúde; sempre considerava o fator espiritual, psicológico e as vulnerabilidades aos microrganismos (vírus, bactérias, etc.), ligados por exemplo ao estresse, depressão e ansiedade.
Meios usados por ela para a saúde integral
● Contemplação da natureza, principalmente através do “ viriditas”, sem tradução literal, pode ser “energia verde” ou “ energia vital”;
● Regras de ouro:
1. Alimentação saudável e antienvelhecimento
2. Remédios naturais
3. Equilíbrio entre trabalho e descanso
4. Sono reparador e exercícios regulares
5. Purificar o corpo de toxinas através de jejuns, sauna e outros detoxificadores
6. Transformação pessoal ( emocional e espiritual)
● Tratamento dos vícios e virtudes;
● Uso da naturopatia e suas forças curativas, indicando os bons alimentos, venenos
da cozinha, alimentos da alegria e receitas saudáveis.
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Como utilizar a medicina Hildegardiana no cotidiano?
Sendo uma medicina natural e de fácil acesso, há o desejo de fazer tudo de uma vez. Porém, como a própria Santa indica, comece com moderação: escolha uma ou duas das maiores necessidades para tratar, invista em alimentos saudáveis, evite os venenos da cozinha (como morango, ameixa, alho-poró etc.), conheça os alimentos que ela mais recomenda, como a espelta, o funcho, a galanga e outros. Comece a cozinhar e fazer chás com eles, cozinhe no vapor ou no vinagre, evite alimentos ácidos e prefira os alcalinizantes (como maçãs, peras, castanhas, amêndoas etc.). Dê preferência a alimentos 2/3 cozidos ou assados, busque pelas virtudes e um estilo de vida saudável e
moderado.
Ana Leonor Ferreira de Morais
Nutricionista, Casada, Católica, estudante e entusiasta da medicina de Santa Hildegarda, atua há mais 10 anos na área de emagrecimento feminino. Natural de João Pessoa, Paraíba.