HPV é a sigla em inglês para Papilomavírus Humano, um grupo de vírus com capacidade de infectar pele ou mucosas e provocar mudanças nas células que podem resultar em crescimento ilimitado e transformação maligna. Existem mais de 40 tipos de HPV que podem infectar o trato ano-genital; e eles são formados em grupos de baixo risco (causam lesões benignas – verrugas genitais) e de alto risco (presentes na maioria dos tumores malignos de colo de útero).
Acredita-se, hoje, que 80% das pessoas sexualmente ativas já tiveram contato com HPV. A transmissão é feita pelo contato com a pele ou mucosa infectada, quase exclusivamente pela relação sexual. Mas já se sabe que há a possibilidade de contaminação também por meios não sexuais (toalha, roupa íntima).
A grande maioria das pessoas que são portadoras do vírus não manifestará a doença. Além disso, a infecção, frequentemente, é transitória e se resolverá sozinha. Somente uma pequena parcela chegará a desenvolver o câncer.
Prevenção contra o HPV
Vários fatores ajudam na prevenção do câncer gerado pelo HPV. O exame Papanicolau (preventivo), o fato de não fumar, de fazer a higiene genital adequada, evitar uso de anticoncepcionais, diminuir o número de parceiros e iniciar mais tardiamente a vida sexual (para nós, castidade!).
Gostaria, no entanto, de falar sobre uma questão especial e polêmica: a vacinação das crianças e adolescentes com a Vacina Quadrivalente contra o HPV.
Muitos pais me perguntam se sou a favor ou contra a vacina. Eu digo em paz: sou a favor! Mesmo que um casal viva a castidade e a fidelidade no casamento, se um dos dois teve alguma relação sexual antes, há o risco de se contaminar com o vírus. Estamos falando da prevenção contra um câncer, com pouquíssimos efeitos colaterais ou contra-indicações.
Muitos ficam receosos pensando que a vacina pode incentivar a promiscuidade sexual. Eu, realmente, acredito que a castidade é uma decisão interior de alguém que teve sua dignidade restaurada pelo amor de Deus. Não tem como impor nem convencer. É algo que vem de dentro, que se aprende e decide pessoalmente.
Em vez de polemizar a vacina, vamos nos empenhar em mostrar a beleza e a dignidade do sexo, vamos conversar com nossos filhos, orientá-los, dar o exemplo. Vamos construir famílias estáveis, onde eles possam acreditar que o amor é possível e real, e que vale a pena se guardar por isso.
A castidade é a vacina mais eficaz
Defendo a castidade como médica, como terapeuta e católica. Eu e meu esposo tivemos a graça de nos casarmos virgens. Acredito que, na vivência pura e responsável do sexo, está a solução real de grandes problemas da sociedade (como as DSTs /AIDS, a gravidez não planejada, os abortos e o número enorme de divórcios).
A castidade é a vacina mais eficaz contra todos esses males.
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Por outro lado, precisamos ver a realidade. A imensa maioria dos jovens vive uma vida sexual ativa antes do casamento. Mesmo dentro da Igreja, boa parte deles vive a decisão por Deus depois de já ter passado por um tempo de experiência no mundo.
Com isso, mesmo vivendo a castidade, esse jovem pode ser portador do vírus (não só o HPV, mas diversos outros) e acabar contaminando seu esposo/esposa no futuro. Por isso, defendo a vacinação.
No mais, temos de nos dedicar a espalhar a graça do amor de Deus para que todos entendam a imensa dignidade que tem e possam se decidir a viver o sexo com o respeito, a beleza e a responsabilidade que ele tem. Castidade se aprende em casa, vendo o exemplo de equilíbrio dos pais sendo cultivado na fé.