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Combatendo o câncer de mama

O câncer é uma doença caracterizada pelo crescimento desordenado de células. Quando maligno, tem a capacidade de invadir outros órgãos e tecidos e se espalhar para órgãos distantes (metástases). As causas são várias. Existem as causas relacionadas ao meio ambiente e hábitos do indivíduo (Ex: raios solares, no caso de câncer de pele; e cigarro, no caso de câncer de pulmão); existem também causas influenciadas pela genética, tais como o câncer de mama e do intestino.

A formação do câncer, em geral, se dá muito lentamente, podendo levar vários anos para que uma célula cancerosa prolifere e dê origem a um tumor visível ou palpável. No entanto, é comum observarmos casos que se apresentam a nós pela primeira vez com início rápido de sinais e sintomas, fazendo parecer, às vezes, que o paciente ficou doente de uma hora para outra; porém, na maioria dos casos, o tumor já existe há meses ou até anos. Estima-se que o tumor dobre de tamanho a cada cem dias. Como o câncer se inicia de uma única célula anormal, com essa velocidade de crescimento, ele não se torna palpável durante anos.

O câncer de mama é predominantemente uma doença feminina, mas pode também ocorrer em homens (1% dos casos). O câncer de mama feminino tem alta frequência e é temido pelos seus efeitos psicológicos, estéticos, funcionais e sexuais. No Brasil, é o câncer que mais causa morte entre as mulheres e ocupa o primeiro lugar em incidência nas regiões Nordeste, Sul e Sudoeste. No Norte e Centro-Oeste, essa incidência é sobrepujada pelo câncer do colo do útero.

Combatendo o câncer de mama

Foto ilustrativa: ThitareeSarmkasat by Getty Images

Como prevenir o câncer de mama?

Ainda não existem maneiras de prevenir o câncer de mama. O que faz muita diferença na sobrevivência é a detecção precoce, por meio do autoexame, exame clínico e mamografia. Quanto mais precoce é o diagnóstico, maior é a possibilidade de cura, que pode chegar a mais de 95% dos casos. A melhor forma de detectar precocemente o câncer de mama é por meio de palpação por um médico experiente e pela mamografia.

A mamografia é capaz de mostrar lesões em fases muito iniciais (milímetros). Para mulheres acima de 40 anos de idade, a mamografia deve ser feita a cada um ou dois anos e, para aquelas acima de 50 anos, recomenda-se a mamografia pelo menos a cada ano. Se a mulher pertencer a grupos de alto risco, inicia-se a pesquisa com mamografias já aos 35 anos de idade.

O autoexame das mamas, embora seja muito importante, não é recomendado de forma isolada, sem o acompanhamento do exame clínico e da mamografia. Um dos fatores que dificultam o tratamento é o estágio avançado em que a doença é descoberta. A maioria dos casos de câncer de mama, no Brasil, é diagnosticada em estágios avançados.

O sinal mais comum do câncer de mama é o aparecimento de um nódulo, mas nem todos os nódulos são câncer. Isso significa que, ao detectar um nódulo durante o autoexame, a mulher deve procurar imediatamente o médico especialista.

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As mulheres acima de 20 anos devem examinar suas mamas pelo menos uma vez ao mês, de 8 a 10 dias após a menstruação. Mulheres que estão na menopausa devem realizar o autoexame das mamas em qualquer época do mês. Concluo, então, que, para diminuir a mortalidade por câncer de mama e obter cada vez mais sucesso no tratamento, evitando muitas vezes grandes cirurgias mutiladoras (mastectomia), a mulher deve ter:

1. Informações básicas referentes ao câncer de mama, tais como as descritas acima;
2. Iniciativa e disciplina, para se autoexaminar mensalmente;
3. Coragem para procurar um médico especialista tão logo descubra qualquer anormalidade durante o exame do seu próprio corpo;
4. Realizar mamografias conforme o prescrito.

Dr.Wilton César Corrêa Fernandes (CREMESP: 107568)