Quando você ouve a palavra fertilidade, o que vem à mente? Para muitos, ela é vista como um problema, uma ameaça a ser controlada. Campanhas e ações de saúde costumam associá-la quase sempre à prevenção de gravidezes não planejadas e ao uso de métodos contraceptivos, reforçando também os cuidados contra ISTs.

Foto: Wesley Almeida / cancaonova.com
Mas será que fertilidade é, realmente, uma enfermidade? Ou, ao contrário, um sinal de saúde?
Existe uma alternativa pouco divulgada, mas profundamente transformadora: os métodos naturais de regulação da fertilidade. Diferente da contracepção artificial, eles respeitam a biologia natural, acompanham os sinais do corpo, observam o ciclo fértil da mulher e reconhecem a fertilidade contínua do homem.
Métodos Naturais promovem educação e consciência corporal
Esses métodos promovem educação e consciência corporal. Seu uso exige observação, autoconhecimento e responsabilidade, permitindo uma relação mais consciente com o próprio corpo. Enquanto muitos métodos artificiais transferem a decisão para medicamentos ou dispositivos, os naturais despertam no casal uma percepção ativa e responsável.
Além disso, apresentam benefícios à saúde. Diferente das alternativas artificiais, que podem gerar efeitos colaterais físicos e hormonais, os métodos naturais são seguros, não invasivos e preservam a saúde da mulher.
Métodos Naturais: paternidade e maternidade responsável
No exercício da paternidade e maternidade responsável, eles permitem que o casal atue de forma ética, consciente e alinhada a seus valores. Acompanhar o ciclo fértil fortalece o diálogo, o vínculo conjugal e a maturidade emocional. Isso porque fertilidade, quando vista como sinal de saúde, ajuda a compreender que os métodos naturais não se limitam a espaçar ou possibilitar a gravidez: eles consideram a pessoa como um todo, em sua dimensão fisiológica, psicológica e espiritual.
Nesse caminho, o casal é convidado a viver a beleza da castidade conjugal e da entrega mútua no amor esponsal.
Importante destacar: trata-se de um método científico, reconhecido pela Organização Mundial da Saúde. O que ainda falta é uma educação continuada dos profissionais de saúde para que conheçam seus protocolos e aprendam a transmiti-los com segurança.
Leia mais:
.:Paternidade e maternidade responsável
.:A maternidade segundo Edith Stein: um estágio da alma feminina
.:E quando a fertilidade de muitos casais não permite a fecundação?
Gerar vida no amor com responsabilidade
Tenho 28 anos de experiência profissional nesse campo, tanto capacitando multiplicadores para o ensino autêntico, quanto atendendo casais em consultório. Essa vivência me levou a escrever o livro Gerar Vida no Amor com Responsabilidade. Mais do que um manual técnico, é um convite para que o amor esponsal seja vivido com exclusividade, confiança e fecundidade. Ao final, o leitor encontra dezenas de testemunhos de pessoas que utilizaram os métodos naturais para monitorar a saúde reprodutiva, alcançar a gestação, espaçar gestações ou abandonar os contraceptivos artificiais, além de profissionais de saúde que incorporaram esse conhecimento em sua prática clínica.
Portanto, voltando à pergunta inicial: fertilidade é saúde, não enfermidade. Falar de saúde sexual e reprodutiva é, antes de tudo, falar de promoção da vida. E isso só será possível quando reconhecermos que fertilidade é parte essencial da saúde integral e também um direito humano.
Fabiana Azambuja, casada e Membro definitivo dá Comunidade Canção Nova Especialista em Medicina da Fertilidade
FEMM Teacher Training Program.
Autora do livro Gerar Vida no Amor com Responsabilidade.