autorreflexão

O orgulho é o grande arqui-inimigo da vontade de perdoar

Nossa atitude humilde frente à luta contra o orgulho

Quem, ao ser tomado pelo ímpeto e na certeza de estar fazendo a coisa certa, já feriu aquela pessoa com quem convive? Seja numa resposta atravessada ou numa atitude grosseira, contribuímos, de alguma forma, com a divisão ou o isolamento das amizades. Passado algum tempo, já com a cabeça fria, percebemos que procedemos de maneira equivocada, ferindo pessoas ou até mesmo nos ferindo. Refletir sobre o nosso ato nos ajuda a perceber o momento em que agimos precipitadamente; dessa reflexão, vem o remorso, o qual nos prepara para o pedido de desculpas.

O-orgulho-é-o-grande-arqui-inimigo-da-vontade-de-perdoar

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Deixar de lado o orgulho

Reconhecer que fomos precipitados nos argumentos significa, muitas vezes, humilharmo-nos  e fazermo-nos pequenos, reconhecer que erramos. Perdoarmos ou liberarmos perdão não é termos “amnésia” sobre o ocorrido, mas sim disponibilizarmo-nos a restabelecer o relacionamento abalado.

Do remorso ao perdão há uma pequena distância, mas o espaço é grande o bastante para residir o orgulho. Sentimento este que nos tentará convencer de que o ato de se desculpar ou reconhecer seu erro é atitude dos fracos.

O orgulho mata pessoas e sentimentos

Por outro lado, infelizmente, há pessoas que não aceitam nossas desculpas. Preferem romper com os laços afetivos em vez de crescer e amadurecer por meio dos exercícios apresentados pela vida. Insistem em manter a irredutibilidade e a prepotência que pensam possuir, em vez de dar o passo que romperá com as cadeias que as prendem. Talvez, querendo cumprir a lei do “olho por olho, dente por dente”, esperam por um momento de revanche. Enquanto isso, desperdiçam tempo e amargam seus dias remoendo o que já está resolvido para aquele que se dispôs a se desculpar.

A vida é muito curta para gastarmos o precioso tempo com comportamentos que não trazem a sustentabilidade de nossas convivências. Pedir ou conceder perdão não nos exige mais do que podemos aguentar. Sabemos de pessoas que gastam muito tempo buscando motivos para justificar suas infelizes atitudes, fazendo-se de injustiçadas, em vez de adotar gestos de humildade e agir de maneira diferente. Na verdade, elas são vítimas do orgulho, que mata pessoas e sentimentos.

Leia mais:
.: Como aceitar nossos erros
.: É possível aprender com os próprios erros
.: O perdão não nasce do nosso sentimento
.: Viver bem a reconciliação

Pedir perdão é o melhor caminho

Mais importante do que lembrar que não devemos desculpar seria fazer uso da faculdade de reflexão e reconhecer que ninguém está acima dos lapsos e erros, pois aquele que errou, hoje, poderá ser você amanhã.

Não percamos tempo monopolizando picuinhas, ressentimentos nem retendo perdão. Se uma situação especial nos faz refletir, levando-nos ao ato da reconciliação, peçamos ou demos o perdão, e continuemos a viver com a experiência adquirida.

Situações mal resolvidas afetam outras áreas de nossa vida. Talvez, por isso, existam ainda alguns problemas não equacionados em nossa vida, pois estes são reflexos dos fragmentos, dos elos que deixamos se perder ao longo do caminho.