Identidade

E o adolescente, já sabe quem ele é?

Na adolescência, o jovem percebe que está além de todas as identificações. Ele já não vê seus pais como os via antes; ele percebe que eles também possuem limitações. Isso significa dizer que tudo o que foi colocado para ele até a sua adolescência não basta, não cabe mais nele. Ao menos, não do jeito que querem fazê-lo. Justamente nessa fase, acontece a crise, isto é, ele procura substituir todos aqueles “tijolos” que foram assentados na infância.

Um jovem continuar somente com identificações incorre em um problema, pois, dessa forma, ele acaba não se tornando quem ele realmente é, permanece imaturo e fraco, além disso, terá muitas dificuldades para enfrentar a vida.

E o adolescente, já sabe quem ele é?

Foto Ilustrativa: Capuski by Getty Images

O adolescente está à procura de si mesmo

Na adolescência, os jovens estão buscando encontrar a si mesmos, porque se eu não sei quem sou pelo que sou, então, terei que ser pelo que tenho; ou pertencer a um grupo, o que é muito comum nessa fase. A questão é que, se eu sou por aquilo que tenho, ainda não sou. Por exemplo: se me sinto alguém porque tenho um certo namorado, eu ainda não sou eu, pois se ele me deixar, eu me perco e perco de vista quem sou. De outra forma, se sou porque tenho artigos de marca, roupas de marca ou pertenço a um grupo, se o grupo me rejeitar, a mesma questão vem à tona: “Quem sou, afinal?”. Posso me sentir um nada.

Mas quem descobre quem é, quem sabe quem é, saberá ter devoção e fidelidade a quem é.

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Quem sou eu?

Mas quem sou eu, afinal? Quem sou eu em todas as dimensões? Nas habilidades sociais, na moral, no conhecimento social, na humanidade, inteligência, coragem, consciência, autonomia, respeito, responsabilidade, lealdade, humildade, assertividade, perseverança e tantas outras coisas? Quem sou?

Em resumo, na adolescência, o jovem deseja jogar todos aqueles “tijolos” fora, tijolos que precisaram ser assentados no tempo em que o foram, porque ele, enquanto criança, era frágil demais. E aí está o xis da questão: a maturidade é quando eu olho tijolo por tijolo e escolho, livremente, qual tijolo eu quero para, então, construir a minha própria identidade. Não  tenho mais certa característica porque meu pai a tem, e sim porque eu escolhi aquela característica e quero tê-la como meu pai tinha.

Trecho extraído do livro “Vencendo os traumas que nos prendem”, de Adriana Potexki

Equipe Formação Canção Nova