Deus lhe traz a resposta para o sentido da sua vida. É próprio do ser humano questionar-se, perguntar pelas coisas que o circundam, perguntar por si mesmo e pelo outro. Isso advém de um desejo mais profundo de conhecer, de querer saber, algo que é muito próprio da filosofia inerente à alma racional. Em suas entranhas está essa característica como um dom divino, fazendo com que ele conheça e se auto reconheça, sendo o único animal capaz de dizer “eu” ou “ele”. Contudo, essa característica traz consigo a angústia do não-saber, não conhecer.
Atualmente, uma das perguntas mais angustiantes da sociedade são as perguntas fundamentais, aquelas pelas quais todo ser humano deve perguntar-se ou já se perguntou algum dia: “De onde viemos? Para onde vamos? Quem sou eu?”. De modo especial, está a pergunta pelo sentido da nossa vida e existência. Essa gerou diversas correntes de pensamento e influenciou muitos pensadores como Viktor Frankl e sua logoterapia, muito aceita e difundida no meio cristão, até mesmo o próprio uso dessa expressão cunhada por ele (“sentido”).
Qual o sentido da vida?
De modo geral, a Igreja também procura responder esse questionamento com os argumentos da revelação, com a fé. As respostas para tal pergunta são decisivas e determinam nossas atitudes e escolhas, por isso tão importantes atualmente. Se penso que o sentido da minha vida é ganhar dinheiro, então farei tudo para que isso aconteça; se acredito ser uma vida intelectual, logo viverei para os estudos. Tudo isso são fatores que geram consequências profundas e determinantes.
Logo no início do Catecismo, em seu prólogo, a Igreja vem apresentar a primeira grande verdade, realidade: “Deus criou livremente o homem para fazê-lo participar de sua vida bem-aventurada” (CIC, pág 13, nº1). Ou seja, Deus, por Sua bondade e liberdade, fez o homem para viver com Ele, gozar de Sua vida e de Sua plenitude, de Sua felicidade completa e perene. Como se em si mesmo Deus transbordasse amor e o quisesse partilhar com alguma criatura que O entendesse e pudesse receber essa dádiva. Por isso, a todo tempo, o Pai “procura” os homens, ama-os, dá-se a si mesmo em Cristo e, no Seu Espírito, torna-os filhos adotivos e participantes da herança divina.
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Amar e servir a Deus
Para complementar a ideia, o Catecismo diz, de um modo mais prático e objetivo, que o homem foi criado para amar a Deus, servi-lo e oferecer-lhe toda a criação, segundo o pensamento de São João Crisóstomo (cf. CIC 358). Tal atitude revela uma necessidade humana de retornar a Deus, de recordá-Lo, de unir-se a Ele. Com toda a razão, Aquele que nos criou também nos destinou para algo, fez-nos por um motivo próprio e com uma finalidade, objetivo.
Podemos imaginar essa realidade de modo análogo às invenções que foram desenvolvidas no decorrer da humanidade. Thomas Edison, quando propôs a lâmpada, pensou para iluminar os lugares escuros e substituir as lamparinas ou velas. Alexander Graham Bell inovou quando dispôs o telefone para falar com pessoas a longa distância. Do mesmo modo, Deus nos criou com uma finalidade, com um objetivo concreto que é participar de sua vida divina. Amar a Deus e ser amado por Ele é, de modo essencial, o sentido da nossa vida.