A vida é marcada por desafios, tarefas, responsabilidades cotidianas, encontros, desencontros, realizações e frustrações. Ainda mais para um jovem que se encontra dando passos para a construção da sua vida.
O contexto em que o jovem se encontra no mundo atual é marcado pela brevidade dos tempos, dos dias, onde parece que “não se encontra tempo pra nada” ou se “sente um desânimo pra tudo”. Mas o que tem acontecido em nossos dias?
São informações excessivas que nos envolvem. Um minuto no feed, nos stories, tem-se acesso a muitos conteúdos, muitas vidas diferentes e seus padrões. E de repente, sente-se “sugado”, sem energias, pois a dopamina é consumida e a produção do cortisol aumenta, bem como sente-se um vazio, uma “bad”, uma “deprê” que não se sabe de onde vem.
O mau hábito
O acesso é excessivo a tantos assuntos e pessoas; no fim, o jovem se encontra sem conteúdo, não se recordando da última coisa que leu ou viu, e sente-se sozinho, um vazio toma conta dele, e nem se lembra mais da missão daquele dia ou o que havia proposto fazer, perdendo-se em meio às informações.
Imagine a cena de mais de 20 pessoas num quarto pequeno, vários assuntos rolando, falando-se de tudo ao mesmo tempo, e você tentando se conectar, raciocinar e interagir, mas não consegue, uma agonia toma conta, uma vontade de gritar e sair correndo por se sentir sufocado; não é possível nem encontrar a porta de saída, pois são tantas barreiras que se torna difícil enxergar a meta.
Assim é a vida de um jovem que não tem seus propósitos bem definidos, que não tem disciplina nos seus horários. Em frações de segundos, sente o seu tempo roubado, a sua vida frustrada, o seu rumo perdido e já nem sabe mais o sentido da sua vida, o que almeja ser e construir, pois, ao longo dos seus dias, pouco a pouco a sua energia esvai-se.
Essa cena pode acontecer na vida de muitos, onde se alimenta o prazer rolando a tela, e seu dia não flui; quando vê, não fez a tarefa que tinha proposto, não organizou a casa nem o quarto, não fez o exercício físico, não se alimentou de forma saudável por não ter tempo para fazer etc. Tudo porque o consumo das telas atrapalhou a produção da substância melatonina (hormônio essencial para o corpo) que ajuda a regular o seu relógio biológico.
O impacto das telas
A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatra) lista uma série de malefícios que o uso excessivo de telas pode causar às crianças: problemas de saúde mental como ansiedade e depressão; transtornos psiquiátricos como déficit de atenção e hiperatividade; transtornos alimentares e do sono; sedentarismo etc.
Contudo, esses dados também são para os jovens. Leia um trecho a seguir pela BBC News “Como uso excessivo de celular impacta cérebro da criança” – BBC News Brasil:
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Para entender como o contato excessivo com as telas afeta o bem-estar mental dos jovens, é preciso considerar que o cérebro não nasce pronto: ele se desenvolve pouco a pouco ao longo das primeiras três décadas de vida. Algumas partes desse órgão vital só amadurecem completamente quando chegamos lá pelos 25 ou 30 anos. É o caso, por exemplo, do córtex pré-frontal. Essa região cerebral é responsável, entre outras coisas, por controlar impulsos, fazer julgamentos, resolver problemas, manter a atenção e tomar decisões.
“É por isso que os adolescentes são mais impulsivos e têm esse comportamento típico de explorar e experimentar”, relaciona Rodrigo Machado. “Com o córtex pré-frontal ainda imaturo nessa faixa etária, ficamos mais propensos a buscar o prazer sem pensar em todas as consequências”, complementa o psiquiatra. Agora, imagine o que acontece quando esse cérebro em formação é exposto a um turbilhão de estímulos prazerosos, disponíveis facilmente em qualquer plataforma on-line.
Pare tudo e reflita sobre seus hábitos
Conseguiu imaginar? É URGENTE que você jovem que faz a leitura deste texto faça um exame de consciência, refletindo o uso do seu tempo, como estão os seus hábitos, como estão seus propósitos, como está a sua vida em geral.
Eu o convido a pegar uma folha de papel em branco e escrever os seus horários, o que gostaria de fazer em seu dia hoje e nos próximos, realizar um planner, definindo cada hora do seu dia. E assim, você não seja roubado por você mesmo e seus maus hábitos, chegando no fim do dia como um derrotado. NÃO!!!
É preciso foco, atenção, contemplação e parada! Escreva mesmo, e se preciso, cole no seu guarda-roupa, em um lugar bem visível para você: tal horário, eu vou acordar; em seguida, vou preparar um café saudável, vou investir no meu estudo, num curso, numa atividade física, no meu trabalho, numa leitura e, por último, ao menos uma hora antes do horário que vou dormir, vou me desligar das telas, preparar-me para dormir bem etc.
Ei, jovem, essa é a hora!
E lembre-se, se você não se responsabilizar pela sua vida, por criar hábitos saudáveis, você fugazmente estará envolvido por maus hábitos incontroláveis, buscando prazeres sem consequências, sem analisar sequer os prejuízos, comendo o que der na telha, não cuidando do seu corpo, não praticando atividades físicas; logo, você estará rendido ao que é mais rápido e saciável, porém, com o tempo, será destrutivo (vícios, envolvimento afetivo com o primeiro que aparecer, álcool etc).
Jovem, valorize-se! Você tem uma missão, e parte dela já posso te dizer aqui…
VIVA A SUA VIDA COM DIGNIDADE E RESPONSABILIDADE, não deixando que seu tempo precioso seja roubado por maus hábitos, mas sim que a sua vida seja construída com hábitos valorosos que o tornem mais humano e quem você é!
“Cada homem tem uma missão a realizar. Cada ser humano é único tanto em sua essência quanto em sua existência […], é um indivíduo particular, com suas características pessoais únicas, experimentado num contexto histórico único, num mundo que há oportunidades e obrigações especiais reservadas somente a ele”. (Viktor Frankl, Psicoterapia e Existencialismo, pg. 63)