🧠 Razão e Emoção

Autodomínio dos afetos

Acolher, compreender e integrar: o caminho para a felicidade emocional

Nem suprimir, nem se deixar dominar por nossos afetos, é uma arte necessária que exige equilíbrio emocional com raízes fincadas no autoconhecimento. Muitas vezes, somos tentados a viver dois extremos: ou nos afundamos na tempestade das nossas emoções ou construímos muralhas, no sentido de proteger os nossos afetos com uma postura de indiferença para não sentir nada. O problema é que nem um extremo nem outro pode nos fazer felizes, porque nos aprisiona, e a felicidade tem alicerce na liberdade vivida com responsabilidade e ordenada para o amor que se traduz em uma vivência equilibrada entre o sentir e o orientar nossos sentimentos para o bem, tanto o nosso bem, como e o bem do próximo.

Crédito: PeopleImages/GettyImages

Mas será que existe um caminho seguro que nos leve até lá? A resposta é sim, e a via de condução não está na fuga nem no excesso, mas no aprendizado de acolher os afetos, compreendê-los e integrá-los à nossa vida real no dia a dia. É verdade que não temos controle sobre muitas coisas que nos acontecem, inclusive a manifestação das nossas emoções, mas a forma como escolhemos lidar com elas pode piorar ou melhorar a situação. E, às vezes, o que mais precisamos fazer é “trocar a lente” através da qual estamos vendo as situações para melhor lidarmos com nossas emoções.

Entre a razão e a emoção, o caminho do autoconhecimento

Nesse sentido, o autoconhecimento é vital, pois somente quando conhecemos a raiz das nossas ações, o que nos leva a dar essa ou aquela resposta, é que podemos agir com a estratégia certa de maneira que nossos afetos não nos matem, mas também não morram, mas nos ajudem a cumprir nossa missão no lugar onde Deus nos permite estar com tudo o que somos.

Entre ser refém dos afetos e ignorá-los completamente existe um caminho de liberdade, onde precisamos escolher entre o bem e o mal o tempo todo. Seja nas situações corriqueiras, seja nas mais complexas que podem mudar completamente o rumo da nossa vida. Às vezes, nossos afetos parecem um mar agitado. Sentimos tudo ao mesmo tempo e, se não soubermos nadar contra a correnteza das paixões, podemos nos afogar nelas e tomarmos decisões contrárias aos nossos propósitos e nos arrependermos amargamente depois. Outras vezes, são como um inverno rigoroso, e agimos com indiferença diante dos acontecimentos como se nossos sentimentos estivessem congelados, e nada mais nos abala. Porém, no fundo da alma, sabemos que algo não está acontecendo do jeito que deveria, e isso rouba a nossa paz.

Além do sentir, o caminho para lidar com os afetos

Ou seja, a grande questão está em aprendermos a lidar com nossos afetos, porque o problema não é sentir, mas não saber o que fazer com o que sentimos. E quando não sabemos lidar com uma situação ligada às emoções, a tendência mais lógica é fugirmos dela, embora saibamos que isso pode até aliviar a crise, mas dificilmente resolverá o problema.

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Portanto, se seus afetos estão oscilando entre o “mar agitado das emoções e o gelo do inverno”, proponha a eles passar pelo desprendimento do outono para chegar à ordem e ao florescimento da primavera. E lembre-se de que isso leva um tempo, a vida saudável e real que você deseja é construída dia após dia entre um acontecimento e outro, e os afetos naturalmente fazem parte desse processo, e educá-los não significa reprimi-los, mas integrá-los à realidade de forma harmônica. “Seja a favor de si mesmo”, como ensina São Bernado de Claraval e apresente seus afetos a Deus através da oração, para que Ele lhe ensine a viver em posse da liberdade que Jesus Cristo conquistou para você na cruz, e assim possa lidar com seus afetos sem medo de senti-los, e sem se deixar arrastar por eles.

Dijanira Silva
Missionária Núcleo da Comunidade Canção Nova

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