O amor promete o “para sempre”, e o sexo será, no casamento, um dos gestos de dar-se por inteiro a quem se ama
Toda palavra é uma tentativa de comunicação, todo gesto traz em si uma forma de se comunicar. Um aperto de mão, aqui no Brasil, é sinal de cordialidade. Para o gaúcho, dar uma cuia de chimarrão para alguém tomar é, no mínimo, dizer: “Você pode fazer parte de nossa roda de amigos”. Tomar um café oferecido por um mineiro é aceitar o acolhimento oferecido por ele. E o sexo? Qual significado ele tem ou deveria ter?
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
Gestos brasileiros comunicam muita coisa, mas, se observarmos outras culturas, teremos diferentes gestos que falam muito. Na cultura tibetana, por exemplo, algumas tribos cumprimentavam-se mostrando a língua, um sinal de que jamais pronunciarão palavras ofensivas contra o amigo. Já os nativos de Nova Guiné, quando uma pessoa querida vai embora, eles se despedem chorando e enlameando-se totalmente. Gestos que trazem muito significado para eles.
Relação sexual
E o sexo? Qual significado ele tem ou deveria ter? Quando tenho uma relação sexual, o que eu estou dizendo com esse gesto? Que significado ele tem? O que traz como sentido para a vida daqueles que ali estão envolvidos?
Toda relação sexual diz: “Eu me dou por inteiro para você e o recebo por inteiro. Uma vez que me dou e o recebo, é para sempre que o faço”.
Aí, você pode dizer: “Cara, isso é muito radical! Não vejo o sexo assim. Para mim é só prazer, um momento de ter gozo e pronto! Essa definição que você trouxe é muito romantizada!”. Aí eu lhe digo: “Cara, desculpe-me, não tem como você falar para um tibetano: ‘Essa sua língua para fora, para mim, é falta de respeito’. Ele vai olhar para você e dizer: ‘Esse é o sentido para mim, mostrar a língua é sinal de amizade’.”
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Significado
O que quero dizer é que quem criou o sexo foi Deus e Ele colocou um sentido, um significado para esse gesto. Queira você ou não, todas as vezes que tiver uma relação sexual estará dizendo: “Eu me dou por inteiro para você e o recebo por inteiro. Uma vez que me dou e recebo, é para sempre”. No entanto, se você diz isso numa relação sexual, mas essa não é a sua verdade, pois para você será só prazer de momento, algo de corpo somente, o que está vivendo é, na realidade, uma mentira.
Diz: “Dou-me por inteiro e o recebo por inteiro”, mas doa só o corpo e só recebe o corpo. Você não doa seus sentimentos, suas emoções, seus desejos, seu amor e sua alma. Então, sua relação é uma mentira.
Digo: “Dou-me e recebo em vista de um ‘para sempre’”. Todo encontro nos marca para sempre, ainda mais uma relação sexual! Mas o que acontece depois de algumas relações sem compromisso? Você veste suas calças, dá um beijo de adeus (talvez) e não a vê mais.
Deus no relacionamento
Ou você vai me dizer: “Adriano, estamos juntos há três anos. Temos relações sexuais e a certeza de que vamos nos casar”. Então, eu lhe digo que ainda está “ruidosa” essa relação sexual, pois com a alma e corpo vocês dizem “somos inteiros um para o outro”, mas como somos seres espirituais, falta a parte de Deus nessa relação, falta o compromisso frente a Ele, diante do altar, que tudo eleva à plenitude. Então, meu caro, ainda não é total esse sexo.
Quando Deus diz que o sexo é entrega total em vista de um “para sempre”, ele coloca um ingrediente indispensável para tal objetivo: o amor.
O amor ordena sentimentos
O amor ordena sentimentos, emoções e impulsos sexuais em vista de uma entrega total e para sempre de duas pessoas que se amam. Quando namoramos e nos guardamos para o casamento, o amor nos educa para protegermos a pessoa amada, faz-nos esperar para nos darmos por inteiros e de maneira definitiva. Quando casamos e vamos para as núpcias, o amor nos leva a tocar na total entrega de duas pessoas que se amam; entrega não só dos corpos, mas das almas em uma profunda sintonia de espírito. O Espírito Santo, ali presente, sela aquele amor em torno do eterno.
Você, então, pode dizer: “Você está dizendo que sexo é isso, mas para mim sexo é só momento de extravasar e pronto!”.
Desculpe-me, mas quem criou o sexo foi Deus, e como fabricante ele deu o “manual de instruções”. Não o ler ou interpretá-lo segundo o que você pensa, pode fazê-lo não viver a plenitude de tudo o que o espera.
Muitos querem viver a sexualidade como um “não” à pessoa. Não há uma sexualidade sadia sem uma perfeita ordem de amor.
O amor promete o ‘para sempre’, e o sexo será, no casamento, um dos gestos de dar-se por inteiro a quem se ama!
Tamu junto!