Um dos erros mais acentuados em homens e mulheres é que estes costumam sonhar com um amor sem conflitos, sem conflitos nem problemas. Isso se deve, em partes, ao impacto cultural que invade os filmes e novelas, os quais insistem na ingenuidade, no pouco conhecimento do mundo real e possivelmente a outros fatores de peso, mas que, em conjunto, constroem a imagem ideal de um amor que, na realidade, não existe.
Essa imagem perfeita das experiências nas relações, cedo ou tarde, se rompe, deixando um conjunto de enganos e decepções e, ironicamente, aqueles que sonham com perfeitos amores, muitas vezes, vivem amores imperfeitos, porque não existem relações humanas sem conflito. Somente uma pessoa que deixa o amor de lado, como uma espécie de linha invisível que não se cruza, mantendo-se estática, pode viver sem conflitos, mas… sem amor.
Todos os seres humanos são parte de uma história pessoal com diferentes experiências, algumas boas e outras nem tanto. Ao mesmo tempo, todos nós temos diferentes traços de caráter, habilidades, defeitos, virtudes, competências, entre outros.
Todas as relações acima citadas influem na vida dos outros e na nossa também, tendo em conta que a outra pessoa traz uma história diferente da nossa; em suma, um mundo muito diferente do nosso, daí a complexidade das relações. Por isso, seria realmente muito ingênuo pensar que, um dia, podemos ter um amor sem conflitos.
Um dia, disse um autor, referindo-se a um relacionamento com diferentes ideias e pensamentos e que, apesar disso, não desaparecem as diferenças de opinião, as divergências: “Eles discutiram e experimentaram mais uma vez, porque pertenciam um ao outro”.
Claro que estamos falando de uma discussão na qual um não busca ferir o outro e na qual há uma vontade de compreensão e desejo de compromisso construtivo. É dessa forma que se demonstra o esforço para encontrar sempre um caminho até o outro.
Amar não é descansar um junto do outro; amar é uma luta de superação de conflitos para conseguir a unidade que se deve conquistar a cada dia.