A palavra ADVENTO vem do latim adventus, que significa a vinda. Alguém muito importante está para chegar. Está, intimamente, ligada à palavra parusia.
Naquela época, sempre tinha os momentos que o imperador saía para visitar suas colônias. Era, para aquela aldeia, o tempo do advento, pois o rei estava para chegar. Preparava-se, então, toda uma festa: seguranças por todos os lados, comidas, mulheres, presentes de todos os tipos, músicos, tapetes vermelhos e muita pompa. Era a parusia. O Rei estava chegando. Os tapetes eram estendidos e as trombetas soavam. Num clima de pura euforia, todos recebiam um homem com cara de deus.
Os pagãos romanos, gregos e outros usavam muito esta palavra também em outro sentido. Eles acreditavam que os deuses pudessem descer ao templo dedicado a eles em uma determinada data. Este dia, eles chamavam de advento.
Há muitos tipos de calendários:
– solar;
– escolar;
– anual (janeiro-dezembro);
– litúrgico (da Igreja).
O Ano Novo, para a Igreja, liturgicamente falando, começa no 1° Domingo do Advento. O Tempo do Advento dura 1 mês: são as 4 semanas que antecedem o Natal. É um Tempo de alegria e, por outro lado, de penitência. Por isto, há uns ares meio nostálgicos, tristes.
De alegria, porque estamos esperando o Senhor. Ele virá ou para nos buscar, por ocasião de sua 2ª vinda ou por ocasião de seu Novo Nascimento em nossos CORAÇÕES.
De tristeza, porque devemos nos penitenciar. Se não estivermos preparados, não subiremos para nos encontrar com o Senhor nos ares. Mesmo que Ele não venha tão já, devemos estar preparados para que possa nascer em nossos corações. Inclusive, também, porque podemos morrer a qualquer momento.
Esta preparação deve ser feita através dos Sacramentos da Penitência e da Eucaristia; de uma vida mais íntima, com Deus, em oração, e de uma vida de pura práxis cristã, onde a justiça, a solidariedade, a fraternidade devem ser o limite.
Nos dois primeiros domingos, a Liturgia nos lembra a Gloriosa Vinda de Jesus, que há de voltar para buscar sua Esposa a Igreja. Somos nós. Cada um de nós. Por isto, é mais do que urgente estarmos preparados!
Nos dois últimos domingos, a Liturgia nos lembra que o Menino Deus quer nascer, novamente, mas, agora, num presépio de carne: o CORAÇÃO.
A CNBB (Conselho Nacional dos Bispos do Brasil) nos lembra que este ANO será, todo ele, dedicado à VOCAÇÃO. A palavra VOCAÇÃO significa CHAMADO.
Neste sentido, o Tempo do Advento nos lembra que somos chamados a ser homens e mulheres novos, ou seja, ESTREBARIA NOVA, onde uma MANJEDOURA NOVA, de carne, faz-se o CENTRO.
A estrebaria velha, aquela que Jesus nasceu, estava cheia de animais: porcos, galinhas, carneiros, bodes, cabritos, bezerros, vacas, bois, cavalos, camelos, dromedários, escorpiões, aranhas, moscas varejeiras; além de fezes, urinas, cheiro mau, bolor, poeira, água podre, lavagem fétida; não podemos nos esquecer dos fungos, bactérias, vermes, vírus…
Você se considera uma nova estrebaria?
Como está esta estrebaria (o seu corpo)?
O Papa João Paulo II dedicou este ano inteiramente a Maria. Por isto escreveu a Carta Apostólica: ROSARIUM VIRGINIS MARIAE. Ligando o tema com a VOCAÇÃO, somos chamados, como MARIA, a estar grávidos de Jesus Cristo. É preciso que nos preparemos!!!
Vamos permitir que Jesus nasça numa estrebaria mais suja e impura do que nasceu quando veio para nos salvar?
Os animais impuros, o cheiro fétido, as bactérias que povoam nossos corações, ainda, para a época do Natal, vão estar nele? As drogas, o álcool, o sexo desregrado, a compulsão sexual, o egoísmo, a inveja, os ciúmes, o orgulho, a mentira, o adultério, a prostituição… Até quando vamos dar vazão para estas imundícies?
É necessária uma purificação. Uma conversão. Uma confissão.
Deve-se procurar o Sacramento da Penitência!!!
Somente através dela, conseguiremos nascer de novo e ser fiéis à nossa VOCAÇÃO!
Somos vocacionados à Salvação.
Somos vocacionados a Ser Sacrários Vivos.
Somos vocacionados a Ser Estrebaria, Gruta Santas.
Que nossos CORAÇÕES sejam verdadeiras manjedouras dignas do MENINO-DEUS!!!