Podemos notar que nas Cartas pastorais que São Paulo escreveu a S.Timóteo e a S.Tito, a quem ordenou bispos, a grande preocupação do Apóstolo é com a doutrina, para que essa não se corrompesse com o passar do tempo e com a transmissão oral ou escrita. Veja essas passagens:
“Torno a lembrar-te a recomendação que te dei… para impedir que certas pessoas andassem a ensinar doutrinas extravagantes…”(1Tm1,3).
“Recomenda esta doutrina aos irmãos, e serás bom ministro de Jesus Cristo, alimentando com as palavras da fé e da sã doutrina…(1Tm4,6).
“Quem ensina de outra forma… é um obcecado pelo orgulho, um ignorante…(1Tm6,3-4).
“Ó Timóteo, guarda o bem que te foi confiado!”(1Tm6,20).
“Guarda o precioso depósito!” (2Tm1,14).
“Porque virá tempo que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação” (2Tm4,3).
A S.Tito, vemos as mesmas recomendações de S.Paulo. Falando das qualidades que deve ter o bispo, ele diz:
“…firmemente apegado à doutrina da fé tal como foi ensinada, para poder exortar segundo a sã doutrina e rebater os que a contradizem”(Tt 1,9).
“O teu ensinamento, porém, seja conforme a sã doutrina…(Tt 2,1).
“…mostra-te em tudo modelo de bom comportamento: pela integridade da doutrina,…”(Tt 2,7).
“Certa é esta doutrina, e quero que a ensines com constância e firmeza…”(Tt 3,8).
Na sua grande preocupação com a sã doutrina, S.Paulo diz aos gálatas, com toda severidade:
“Não há dois evangelhos: há pessoas que semeiam a confusão entre vós e querem perturbar o Evangelho de Cristo. Mas, ainda que alguém – nós, ou um anjo baixado do céu – vos anunciasse um evangelho diferente do que vos temos anunciado, que ele seja anátema [maldito]. Repito aqui o que acabamos de dizer: se alguém pregar doutrina diferente da que recebestes, seja ele excomungado!”(Gal 1,7-10).
Ao longo da sua história a Igreja realizou 21 Concílios Ecumênicos (universais) para manter intacta essa “sã doutrina”. Foram muitas vezes momentos difíceis para a Igreja, porque, por não aceitar a verdade muitos irmãos se separaram da unidade católica; mas foram momentos de luzes para a caminhada da Igreja.
Falando desses Concílios, disse o Papa João Paulo II:
“Os grandes Concílios foram momentos de graça para a vida da Igreja universal … Eles representam um ponto de referência indiscutível para a Igreja universal”.
“Esses foram momentos de graça, através dos quais o Espírito de Deus concedeu luzes abundantes sobre os mistérios fundamentais da fé cristã” (L´Osservatore Romano, nº 28, 13/7/96).