Outro dia, em uma missa, o padre de nossa paróquia abordou o tema vocação e colocou a vida matrimonial como uma vocação tal como a vida sacerdotal ou religiosa. Esta vocação matrimonial envolve dois aspectos principais: o relacionamento do casal e a criação dos filhos; e em ambos os casos temos que conquistar vitórias dia após dia com persistência , amor e renúncia.
Vamos falar um pouco sobre a conexão entre criação dos filhos e relacionamento do casal.
Se há uma matéria que causa insegurança em qualquer pessoa, esta é a criação dos filhos. No primeiro filho ou nos primeiros, se forem gêmeos como em meu caso, nos sentimos despreparados para tudo: trocar uma fralda, dar um banho ou até para segurar o recém-nascido nos braços.
Quando a criança começa a crescer, principalmente quando começa a falar, temos muitas dúvidas se devemos repreender a criança ou não, se estamos dando tudo o que a criança necessita em termos afetivos e condições para se desenvolver; e aí que entramos no que os filhos mais precisam dos pais: que eles se amem e vivam intensamente este amor.
Num primeiro momento pode parecer estranho pensar que, o que meus filhos mais precisam de mim é que eu ame minha esposa e que minha esposa me ame; mas esta é a base sólida, a casa construída sobre a rocha onde se desenvolverá toda a vida de nossos filhos.
Antes de pensar em dar a melhor escola, dar os melhores presentes, Ter as melhores babás, o quarto mais personalizado e as melhores viagens de férias, parem e pensem em como está a sua vida de casal.
O sentido de onde viemos e de como ou quanto fomos amados ao vir a este mundo é muito importante no desenvolvimento emocional de todos nós. E o amor de nossos pais, um pelo outro, e o amor dos dois por nós é de onde nós tiramos este sentido.
Vamos pensar juntos em alguns pontos importantes para avaliar como está nossa vida de casal:
Temos tido tempo exclusivo para nós dois conversarmos e nos divertirmos?
1. Discipline seus filhos desde pequenos, com horários para dormir.
2. Não deixe que as crianças durmam em seu quarto de casal.
3. Não permita que a televisão tome o horário nobre de suas vidas.
4. Não coloque a carreira como desculpa para nunca estar em casa cedo.
5. Quebrem a rotina. Façam uma surpresa para o outro. Reavivem a paixão de um pelo outro.
Vocês brigam por tudo ou nunca brigam?
1. Brigar por tudo é uma boa pista de que há muitos sentimentos guardados em vocês e não dialogados. Procurem identificar a insegurança, o medo, a mágoa e conversem especificamente sobre cada um deles sem se agredir.
2. Se vocês nunca brigam, é muito saudável brigar de vez em quando. A briga, quando feita da maneira correta é uma ótima forma de diálogo.
3. Não briguem levantando assuntos antigos.
4. Escolham um tema e vão até o fim.
5. Não larguem a briga pelo meio.
6. Não vão dormir sem pedir e sem dar seu perdão, como canta o Pe. Zezinho.
7. Não se fixem em fatos ocorridos mas sim nos sentimentos que eles causam em vocês.’
8. Mostre ao outro o que você está sentindo e dialoguem sobre isto.
Como está a qualidade da vida sexual de vocês?
1. O romantismo da lua-de-mel desapareceu?
2. Você tem trazido uma flor para sua esposa como sinal do seu amor por ela?
3. Você esposa, tem recebido seu esposo arrumada, cheirosa, dando um sinal que a volta dele é desejada?
4. Os problemas do trabalho tem feito com que você desanime em casa, só dando atenção ao futebol na TV?
5. E as suas dores de cabeça e enxaquecas, tem sido uma doença ou uma armadura?
O relacionamento sexual do casal não é tudo na vida dos dois, mas tem uma grande importância na qualidade da vida conjugal e merece uma grande atenção e esforço de diálogo para a estabilidade da vida a dois.
Com certeza há muito o que falar sobre o relacionamento de casal e como isto pode repercutir positiva ou negativamente na vida de nossos filhos. Procuramos despertar em você pai e você mãe o quanto isto é importante para eles.
Para finalizar eu vou contar o que o pediatra nos disse logo após o nascimento de nossos primeiros filhos, os gêmeos: – ‘Não se preocupem pois as crianças nesta idade não quebram com facilidade pois seus ossos são bem flexíveis, raramente ficam doentes com a proteção do leite materno e não se afogam fácil no banho pois ainda estão preparados para submergir como no tempo em que estavam na placenta materna.’ Isto nos tranqüilizou muito. E completando o que o médico nos disse eu acrescento: ‘Não devemos nos preocupar exageradamente com nossos erros com nossos filhos pois Deus colocou neles um filtro que elimina as falhas e deixa passar o amor e a vontade de acertar de todos nós.’