Nasceu no ano de 1491 em Azpeitia, província de Guipúzcoa, região dos bascos conhecida como “Vascongadas”. Caçula de 11 irmãos, ficou órfão de mãe aos 8 anos de idade e de pai aos 14 anos. De família nobres, foi pagem de Fernando V e tinha, pela frente, carreira promissora no campo militar. O “Solar dos Loyolas”, erguido com suntuosidade e largueza junto à cidade de Azpeitia, refletia a nobreza da família. Esta transmitiu-lhe um ambiente social e familiar eivado de profunda adesão à fé católica. Sua juventude, Inácio passou-a no ambiente da corte de Castilha onde, por influência da rainha Isabela, a Católica, havia também uma grande preocupação em buscar um cristianismo autêntico.
Em 1516 entra para o serviço do duque de Nájera e vice-rei de Navarra, Antônio Henrique, tendo sido feito membro da sua guarda pessoal. É nesta ocasião que o cortesão começa a ceder lugar ao soldado! Inesperadamente, foi chamado a defender o território basco dos seus vizinhos franceses. Na dramática batalha de Pamplona, é ferido na perna por uma bala de canhão. Como ele era a alma da resistência, Pamplona cai nas mãos dos franceses os quais, por sua vez, tratam Inácio como um verdadeiro herói!
Durante a convalescença, no castelo de Loyola, solicita livros de cavalaria para passar o tempo. Em todo o castelo, só encontram dois livros: a “Vita Christi”, de Rodolfo da Saxônia, e a Vida dos Santos, segundo a Legenda Áurea. Aos poucos, vai-se entusiasmando e sentindo-se atraído pelo exemplo dos santos. Revê sua vida passada, percebe a necessidade de fazer penitência e começa a encontrar sua liberdade espiritual. Mudança interior que é notada por todos de casa. Decide dedicar sua vida a Cristo e à conversão dos infiéis.
Já totalmente recuperado, vai a Monserrat, mosteiro beneditino nos arredores de Barcelona, onde faz sua confissão geral que dura três dias. Depois retira-se para uma gruta, em Manresa, também nos arredores de Barcelona. Ali completa sua transformação espiritual radical. Escreve o livrinho dos Exercícios Espirituais. Ao deixar Manresa, Inácio de Loyola levava nas mãos, sem o saber, o instrumento que lhe permitiria dotar o catolicismo com a mais eficaz das suas tropas: a Companhia de Jesus!
Aos 23 anos foi para Salamanca, para estudar na famosa universidade do mesmo nome e, mais tarde, completa seus estudos de filosofia e teologia na universidade Sorbonne de Paris. Entrou em contato com as correntes críticas e hostis à doutrina da Igreja: erasmismo, iluminismo, protestantismo. Todos queriam a reforma da Igreja. Inácio sempre mostrou-se contrário a estas correntes e, fiel à igreja de Roma, passou a trabalhar decididamente mais pela “Renovação” do que pela “Reforma” da Igreja. Durante este período na capital francesa, conseguiu conquistar para a causa da fé mais seis companheiros da universidade, entre os quais Francisco Xavier, futuramente o apostolo da índia e do Japão, declarado padroeiro das missões. Com estes companheiros, faz os votos em Monmartre, deixando claro que o ideal de seguir a Jesus se identificava com o serviço à Igreja e ao Romano Pontífice e funda a COMPANHIA DE JESUS. Vão até Veneza, onde Inácio é ordenado sacerdote. Seguem para Roma, onde conseguem a aprovação da nova Ordem pelo Papa Paulo III, em 1540. Colocam-se à disposição do Papa como um exército pronto para a defesa da fé, reforma da Igreja e da obra missionária. A recém-fundada Companhia de Jesus, além dos votos de Pobreza, Castidade e obediência, tinha como particularidade uma total obediência ao Papa ( o quarto voto ), pois, na ocasião, Lutero tinha iniciado sua Reforma e os jesuítas procuravam combater o cisma com entusiasmo de milícia avançada.
Inácio de Loyola faleceu no dia 31 de julho de 1551, com 65 anos de idade.
Foi canonizado pelo Papa Gregório XV, em 1862.
Fonte: saoluis