O mestre dizia incansavelmente àqueles jovens discípulos: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Jesus entrou em suas vidas sorrateiramente, criou uma esfera de amor, que estava além dos limites da sexualidade, dos interesses próprios e da expectativa do retorno.
Somente o amor poderia dar sentido à vida de seus discípulos e, a partir de então, seria o amor o sinal de identificação de seus seguidores; seria o amor o sinal da presença invisível do Cristo nos seus seguidores. “Como o Pai me ama, assim eu vos tenho amado: permaneçam em meu amor”.
O que se deve esperar de um cristão é, sobretudo, que ele viva e pratique o mandamento do amor
“Não existe maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos”. Esse mandamento que Cristo apresenta aos seus amigos não era uma imposição ou um dever a ser cumprido por pertencer a uma comunidade, mas um elemento que naturalmente nascia no coração dessas pessoas, era a gratuidade que Deus concedia àqueles que acreditavam em Cristo.
Jesus tornou-se a fonte deste amor mútuo entre os membros da comunidade. Portanto, o ser ou não ser cristão – o distintivo do cristão -, não é simplesmente pertencer a uma Igreja ou confissão religiosa com seus dogmas e doutrinas, ir à missa ou rezar o terço e determinadas orações, portar consigo objetos religiosos como crucifixos ou tê-los em casa. Não, tudo isso são sinais.
O que constitui nosso ser cristão é o amor que Deus Pai nos tem em Cristo Jesus. O que nos identifica como tal é o amor que comunicamos ao nosso irmão. Não podemos inventar outro sinal do que aquele que Ele nos assinalou: amar como Ele nos amou.
Por isso, o que se deve esperar de um cristão é, sobretudo, que ele viva e pratique o mandamento do amor. Onde quer que esteja um homem ou uma mulher que ame o próximo em Deus e por Cristo, ali se encontra um cristão. E eu pergunto a você: nos diferenciamos das outras pessoas pelo fato de amarmos, perdoarmos, servirmos, dedicarmos nossa atenção e nosso tempo ao nosso irmão?
O que precisa ser mudado?
Será que nós nos apresentamos como verdadeiros cristãos capazes de compreender e amar o próximo, deixando de lado a soberba, o menosprezo, a prepotência e a arrogância? Será que as pessoas reconhecem em cada um de nós um verdadeiro discípulo de Cristo? Caso ainda não, algo precisa ser mudado.
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Por isso, peçamos a Deus Pai que aprendamos a amar, pois o verdadeiro amor foi deturpado pelo falso amor. A vivência do amor é que dá sentido à vida; o amor é que plenifica a vida. Por isso, que a chama do amor incondicional esteja em nossos corações.
Padre Luiz Alberto Kleina – Paróquia Imaculada Conceição / Curitiba (PR)