4. É próprio do amor conjugal viver todas as expressões físicas da comunhão das pessoas, com o espírito e com o coração. É a dimensão espiritual da convivência que dá à relação a sua dimensão verdadeiramente humana. Isto tem duas consequências principais: a fecundidade física, sem densidade espiritual, não é sinal de plenitude relacional, pode ser apenas tolerada ou dramaticamente rejeitada; por outro lado a ausência de fecundidade física não compromete, necessariamente, a fecundidade do amor conjugal, como afirma claramente a Familiaris Consortio: A fecundidade do amor conjugal não se restringe somente à procriação dos filhos, mesmo entendida na dimensão especificamente humana: alarga-se e enriquece-se com todos aqueles frutos da vida moral, espiritual e sobrenatural que o pai e a mãe são chamados a dar aos filhos e, através dos filhos, à Igreja e ao mundo 6.
A geração física da vida é apenas o início de um processo de fecundidade do amor, aberto sobre o horizonte da eternidade, que acompanha o filho, em solicitude paternal-maternal durante o resto da vida dos pais e se alarga na experiência do amor fraterno, em Igreja. E é esta dimensão espiritual da fecundidade que permite aos casais que não puderam gerar fisicamente um filho, não serem estéreis no seu amor, porque conduzidos pelo Espírito de Deus, souberam envolver com o seu amor paternal e maternal outros que dele precisam. É que ser pai e mãe é, realmente, participar no amor paternal de Deus.