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A maternidade segundo Edith Stein: um estágio da alma feminina

Caminho de amadurecimento e cura

A maternidade para Edith Stein é um caminho de amadurecimento e cura. Só uma mulher madura emocionalmente se tornará mãe. Não estamos falando aqui na maternidade que é fruto da geração de filhos biológicos, mas um estágio da alma feminina.

Créditos: Imagem gerada por Inteligência Artificial / CHAT GPT.

Para algumas mulheres, começará sim pela chegada dos filhos. No entanto, mesmo sendo esse um hercúleo começo, muitas mulheres podem continuar distantes desse lugar, deste fim que nos foi ofertado por Deus, uma alma materna.

Quando Deus criou Eva, Ele a fez mãe de todo vivente; ali, Ele já deixa claro uma parte da essência da alma feminina. Nela primeiro e depois em todas nós, Deus infundiu, potências, poderes, possibilidades e sementes que nos capacitam a ter uma alma materna. No entanto, elas precisam ser cultivadas, amadurecidas, precisam crescer.

A maternidade é um dom que está em toda mulher, mas fatalmente nem todas elas conseguirão ser mães. Porque ser mãe, como falamos acima, não está apenas no ato de gerar uma nova vida, ser mãe é ter o seu olhar sobre os outros. Uma alma materna é uma alma ampla e aberta, uma alma que sabe amar o outro por ele mesmo.

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As duas espécies do amor

São Francisco de Sales nos fala sobre duas espécies de amor, amor de concupiscência e amor de benevolência. No primeiro, amamos pelo proveito que podemos tirar daquela pessoa, amamos porque ela nos ama, porque nos ajuda, porque é simpática, paga nossas contas etc.

Quanto à outra espécie de amor, nós amamos para o bem da pessoa. Benevolência deriva de bene+volere, ou seja, querer bem, é um contentamento fruto de nos alegrarmos com o bem do outro. Amamos porque queremos o melhor para aquela pessoa, nós a queremos feliz, independente de quem ela seja. A mulher que consegue experimentar esse amor se torna mãe, aprende a voltar-se para o outro, torna-se proteção e refúgio para todos que entram no seu campo de visão, independente de quem seja.

Ser mãe é ter um olhar amável, benevolente e complacente

Esse, sem dúvida, não é um desafio pequeno para qualquer que seja a mulher, no entanto, está na nossa constituição, na nossa essência, a semente que nos garante a possibilidade de trilharmos um caminho para vivermos assim.

Fazer isso com os filhos de sangue, hoje na sociedade atual, não é algo fácil, pois muitas mães já não conseguem mais esquecer um pouco de si em benefício dos filhos sem que isso seja um peso, uma imposição da vida e até, às vezes, um castigo por ter nascido mulher. Quando estendemos esse olhar amável, benevolente, complacente a todos que cruzam o nosso caminho, então encontramos um desafio maior.

Quando a mulher consegue olhar para todos ao seu redor com esse tipo de amor no peito, aí ela se tornou mãe. Entretanto, para chegar aí, em vista de tantas feridas, carências que trazemos, precisamos de autoconhecimento, cura interior e passos concretos que garantam nosso crescimento nessa direção. Essa é uma trilha, um mapa que nos ajudará a trazer para fora, fazer crescer e germinar todas essas potências que estão em nós mulheres e que nos foram dadas por Deus quando criou a nossa alma e nela a nossa essência… a maternidade.

Meiriane Silva Faria
Missionária da Comunidade Canção Nova