Nesta catequese, continuaremos nossa reflexão sobre a vida de oração, aprofundando o tema da oração de súplica, seguindo o chamado do Papa Francisco para este ano santo. A oração de súplica, como nos ensina o Papa Francisco, é a expressão máxima da nossa humanidade diante de Deus. É reconhecer, com humildade, que não somos deuses, mas criaturas dependentes da Sua graça e providência.
A súplica no Catecismo da Igreja
O Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 2529, reforça essa ideia, mostrando que a súplica brota de um coração humilde que reconhece a soberania de Deus. É a prece daquele que pede, implora e até luta com fé para alcançar as bênçãos divinas. Essa luta na oração, como a de Jacó em busca da bênção, nos ensina a suplicar a Deus com insistência, reconhecendo que todas as coisas, desde as mais simples até os maiores milagres, provêm unicamente da Sua bondade.
A oração do Pai-Nosso
Mas a súplica cristã vai além de simplesmente pedir. Como filhos amados, somos convidados a rezar o Pai-Nosso, a oração que Jesus nos ensinou e que revela a perfeita harmonia entre a vontade do Pai e as necessidades dos filhos. No Pai-Nosso, aprendemos a hierarquia dos pedidos, começando pelo anseio maior: “Venha a nós o vosso Reino!” Essa súplica, como destaca o Catecismo, coloca-nos em sintonia com a missão de Cristo e do Espírito Santo, que é a missão da Igreja: trabalhar para a vinda do Reino.
Colaborando com a vinda do Reino:
Somos chamados a colaborar com a vinda do Reino, suplicando não apenas por essa grande dádiva, mas também por todas as graças necessárias para acolhê-lo em nossos corações e na nossa vida cotidiana. O Papa Francisco nos lembra que a súplica se estende também às pequenas coisas do dia a dia. Pedir o pão de cada dia é reconhecer nossa dependência da providência divina em todos os momentos, desde as necessidades básicas até a capacidade de amar, perdoar e viver com alegria.
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A oração de súplica, portanto, é a expressão da nossa relação filial com Deus. É através dela que reconhecemos nossa pequenez e nos abrimos para a ação da Sua graça, que nos sustenta e nos impulsiona na construção do Seu Reino. Que possamos, meditando o Pai-Nosso, aprender a rezar com a confiança de filhos, suplicando a Deus com a certeza de que Ele jamais resiste a um coração humilde e confiante. Deus abençoe você em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Padre Bruno Otenio
Membro do clero da Diocese de Guarulhos. É formado em Filosofia pela UNIFAI-SP e bacharel em Teologia pela PUC-SP. Possui uma especialização em Logoterapia e Análise Existencial pelo Instituto Gewissen. Atualmente, é mestrando em Teologia Moral na Pontifícia Academia de Teologia Moral Alfonsiana em Roma na Itália, e faz pós-graduação em Psicologia Tomista pelo Instituto de Psicologia Tomista.
Transcrito e adaptado por Matheus Eleutério
