1. A vida cristã é uma caminhada para a santidade. Esta consiste na vida sintetizada no amor, plenitude de todos os dons que recebemos de Deus, quando nos criou. A santidade não anula a natureza, é, antes, a sua plenitude. Deus revelou-nos, através da história da salvação, que este crescimento no amor é feito com Ele, que celebra uma aliança de intimidade com o seu povo. Jesus Cristo, o Filho de Deus e homem completamente obediente a Deus, leva, na sua Páscoa, esta aliança à perfeição. NEle todos os homens podem atingir a plenitude da aliança com Deus. Ele próprio, falando da sua Paixão, se refere ao derramamento do Seu próprio Sangue, como sinal de aliança: Este cálice é a nova aliança no meu Sangue, que vai ser derramado por vós (Lc. 22,20).
Os cristãos celebram e vivem esta aliança de amor, sempre numa referência necessária à morte e ressurreição de Cristo, prolongada na sua vida, como força de amor, pelo dom do Espírito Santo. Os sacramentos da Igreja são meios de os cristãos referirem a sua vida à Páscoa de Jesus, recebendo deles a força do Espírito, para poderem viver a sua vida como experiência de dom e de amor.
Segundo a tradição da Igreja, são sete os sacramentos, todos eles vivência e atualização da Páscoa de Cristo, no Espírito Santo. Mas como eles se dirigem à vida concreta das pessoas e à vitalidade da Igreja, como Povo do Senhor, podemos dividi-los em três grupos, segundo a sua significação específica: os sacramentos da iniciação cristã. Batismo, confirmação, eucaristia, realizam a união do cristão a Cristo ressuscitado e, por Ele, à Santíssima Trindade, tornando-o capaz de celebrar a Páscoa de Jesus; o sacramento da ordem consagra e santifica os ministros de Cristo, que hão-de agir em nome de Cristo, para santificação de toda a Igreja; há depois um terceiro grupo de sacramentos que relacionam com a morte e ressurreição de Cristo, dimensões da experiência humana, particularmente universais e significativas.
A experiência do pecado, assumida e confessada e transformada pelo arrependimento, no sacramento da reconciliação proporciona a graça da conversão; a experiência da doença, do sofrimento e da morte, oferece, no sacramento da unção, a graça da saúde, da força para sofrer e da conversão a Deus, que será nosso juiz, justo e bondoso; o casamento, enquanto experiência de amor e de comunhão, encontra, no sacramento do matrimónio, a graça de um amor mais generoso e de uma comunhão tão profunda que se funde com a própria comunhão de Cristo com o seu Povo.