Os antigos a chamavam de “Semana Maior”, porque, por graças a ela, penetra-se concretamente por meio das celebrações nos mistérios da Salvação da humanidade que acontece através da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Incondicionalmente, é o ápice da fé católica, o ponto mais alto da espiritualidade cristã, por isso tudo se volta para esta semana por exemplo: na liturgia da Santa Missa e na oração do breviário, seja pelas leituras ou pela contemplação, tudo favorece para que o fiel seja introduzido nos mistérios salvíficos de Cristo na Semana Santa.
Inicia-se a semana com o Domingo de Ramos, Jesus entra em Jerusalém e é aclamado por uma multidão que dizia: “Hosana ao Filho de Davi. Bendito o que vem em nome do Senhor”, o interessante é que esse mesmo povo que o reverenciava seria o mesmo que, na sexta-feira de manhã, diria “crucifica-O”. Aqui está a primeira meditação. O bom católico não é aquele que segue o Cristo nos momentos de gozo, alegria, mas também nos dias de grandes provações e dificuldades, Jesus precisa ser amado sempre, e em qualquer circunstância.
A importância da Semana Santa e do Tríduo Pascal na manifestação da fé cristã e seus ritos litúrgicos
Passado o Domingo da Paixão do Senhor, chega-se ao tríduo pascal. É importante lembrar que, mesmo dentro da Semana Santa, ainda vivenciam-se as práticas quaresmais, que terão finalidade na Missa vespertina da Ceia do Senhor quando inicia-se o tríduo pascal que abrange a Sexta-feira Santa “da Paixão do Senhor” e o Sábado Santo, e tem o seu centro na vigília pascal, concluindo-se com as vésperas do domingo da ressurreição. Grandioso é o mistério e a graça que está envolvida dentro cada celebração desta Santa Semana, por essa razão, o fiel católico precisa viver bem cada um desses momentos com o espírito de oração, para que a graça de Deus possa verdadeiramente agir no seu coração.
Quinta-feira Santa: a instituição da Eucaristia e o mandamento do amor
Na Quinta-feira Santa, o Bispo celebra com o seu clero a Missa dos santos óleos. Óleos esses que serão utilizados durante todo o ano litúrgico. Na celebração, o bispo benze os Santos Óleos: 1. Óleo do Crisma: uma mistura de óleo e bálsamo, significando a plenitude do Espírito Santo; o cristão deve irradiar “o bom perfume de Cristo”. Este óleo é usado também no sacramento da ordenação sacerdotal. 2. Óleo dos Catecúmenos: são os que se preparam para receber o Batismo, sejam adultos ou crianças. Significa a libertação do Mal, a força de Deus que penetra no catecúmeno, liberta-o e prepara para o nascimento pela água e pelo Espírito. 3. Óleo dos Enfermos: É usado no sacramento da Unção dos Enfermos.
Na Quinta-feira à noite, acontece a Missa da Ceia do Senhor, em que Jesus instituiu o Sacerdócio católico, a Sagrada Eucaristia, e dá a grande lição do amor no “lava-pés”. No final da Missa, faz-se a Procissão do Translado do Santíssimo Sacramento, do altar da igreja para uma capela, onde se tem o costume de fazer a adoração do Santíssimo durante toda a noite. É o dia do Corpo e Sangue de Jesus, que por si só convida todo povo de Deus à adoração, e também a reparação ao Sacramento de Amor.
Sexta-feira Santa: a celebração da Paixão e Morte de Jesus Cristo
Na Sexta-feira Santa é celebrada a Paixão e Morte de Jesus. O silêncio, o jejum e a oração devem marcar este dia que não deve ser vivido em clima de luto, mas de profundo respeito diante da morte do Senhor que, morrendo, foi vitorioso e trouxe a salvação para todos. Às 15 horas, horário em que Jesus foi morto, celebra a principal cerimônia do dia: a Paixão do Senhor. Ao contemplar este dia, a morte de Cristo, o cristão deve se perguntar, “eu morri com Cristo, morri para os prazeres deste mundo?”.
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Sábado Santo: a espera pela Ressurreição de Cristo
O Sábado Santo é o dia do grande silêncio, o dia do repouso do Senhor, da solidão dolorosa de Maria. A principal celebração é a “Vigília Pascal” na noite do Sábado Santo dentro desta Santa celebração, considerada a Mãe de todas as celebrações. Vemos Cristo Ressuscitado, Ele que triunfou sobre a morte, sobre satanás e sobre o mundo, a morte foi vencida, as portas do paraíso estão abertas! Ele vive e nos deu vida nova, uma vida na graça.
Dessa forma, necessitamos também nós ressuscitarmos com Cristo buscando as coisas do alto (1 Col 3, 1-10) e viver uma vida santa, uma contínua intimidade com o Senhor, buscando a oração, a ascese espiritual, pois é próprio da ressurreição uma vida santa e virtuosa.
Willamys Fernandes Bernardo da Silva