Em breve acontecerão as eleições municipais. Escolheremos nossos vereadores e prefeitos. Porém, não basta votar. É preciso participar da construção da nossa cidade e da cidadania. Entendamos o que isso significa:
Para ser cidadão de verdade é preciso formar o caráter cívico. Essa tarefa cabe ao Estado, à família e a cada um de nós, cidadãos. Essa formação é permanente e fundamenta-se em valores éticos, em princípios morais, em exemplos concretos, em virtudes e experiências. Tal formação leva-nos a assumir várias atividades construtivas em favor da coletividade.
Nós, cidadãos e cidadãs de bem, devemos colaborar para o desenvolvimento social, cumprindo e fazendo cumprir nossos respectivos deveres. Pelo voto, cada um de nós outorga aos políticos, legisladores e gestores a co-responsabilidade pela administração dos bens públicos.
No Regime Democrático Participativo você deve escolher candidatos honestos e competentes. Os candidatos eleitos devem criar as condições para que a população tenha acesso aos seus direitos fundamentais, provendo as condições de desenvolvimento, principalmente: saúde; educação; capacitação para o trabalho; transporte; moradia; segurança visando superar a violência; e assim por diante.
O poder político nasce das necessidades fundamentais do povo, que as expressam através do voto, e, assim, os políticos exercem o mandato como representantes do povo, articulados ao partido e não por conta própria. O poder é exercido em nome do povo e para o bem do povo.
O cidadão deve conhecer quais são os programas dos partidos e quais são as propostas dos seus candidatos. Depois de eleitos, você deve cobrar resultados dos políticos, acompanhando a sua trajetória e a sua atuação.
O político deve prestar contas sobre a sua administração, demonstrando o resultado das atividades empreendidas e realizadas, explicando com transparência a origem dos recursos financeiros e o seu destino, investidos no patrimônio público.
A Igreja, por meio da sua doutrina social, orienta os cristãos à efetiva colaboração na construção das cidades e da cidadania, servindo-se dos canais de participação nas políticas públicas de inclusão social e promovendo a qualidade de vida do povo. A Igreja não aspira ao poder político nem lhe cabe qualquer ingerência nos âmbitos da política partidária ou da administração pública. Ela entende por caridade o desenvolvimento social e a promoção humana.
Papa Bento XVI afirma que o principal dever da Política é promover a justa ordem do Estado e da sociedade. Através das atividades da Política construímos direitos e deveres dos cidadãos, a ordem da cidade e da cidadania, cada qual em sua competência e com seus instrumentos específicos, gravando a lei divina na cidade terrestre (Cf. Deus é Amor, n.28).
Por razões óbvias a Igreja não pode nem deve indicar candidatos ou selar alianças com políticos e com partidos. A missão da Igreja é a Evangelização. Nossa missão comporta a formação ética e moral, aberta a todos os cidadãos, cristãos ou não.
Texto resumido e compilado da Cartilha de Orientações Éticas sobre Política e Cidadania preparado pela arquidiocese da Paraíba. (www.arquidiocesepb.org.br) por D. Aldo di Cillo Pagotto