Meditação

A palavra meditar, que parece estar na “onda”, mas com significados bem diferentes dos que a tradução católica lhe deu ao longo dos séculos, quer dizer: acolher a Palavra, confrontar-se com a Palavra. É um encontro sereno e tranqüilo, com o Deus da vida que entra e começa a fazer parte da nossa história. Como digo sempre, “não podemos ser só ouvintes da Palavra, mas praticantes”. Só ao praticar o que cremos é que mostramos a nossa fé e autenticidade e nos tornamos testemunhas qualificadas diante de Deus.

Hoje em dia, fala-se muito da “lectio divina”, que não é outra coisa senão a escuta da Palavra, que deve ser meditada, rezada, contemplada e vivida..

São cinco palavras-chave que não podemos esquecer:
Ler a Palavra;
Meditar a Palavra;
Rezar a Palavra;
Contemplar a Palavra;
Viver a Palavra.

Sem interiorização da Palavra de Deus, não há vida espiritual.

Nada há de melhor depois de termos lido, meditado a Palavra do Senhor, do que dialogar com Ele, abrindo nosso coração para lhe dizer tudo o que se passa em nós. É no diálogo amoroso, onde amamos e nos sentimos amados que todos os traumas são superados e vencidos para sempre. Deus, na verdade, é o melhor psicólogo, aquele que nos cura em profundidade. Ele nos conhece e sabe de que e como somos feitos.

A leitura ou a escuta da Palavra de Deus nos provoca e nos leva necessariamente a falar com Deus, ou melhor, a abrir-lhe o nosso coração com toda simplicidade. Estamos “de coração nas mãos”, como diz o povo, e colocamos no coração de Deus tudo o que se passa dentro de nós. Toda cura e toda terapia se realizam pelo diálogo, por meio do qual assumimos a nossa realidade de pecadores. Todo trauma colocado diante de Deus – com confiança – se torna “mosquito”, perturba mas não atrapalha, porque o amor de Deus é maior do que nós. Ele vai queimando tudo no fogo de seu amor e nos libertando para que possamos viver na dignidade de filhos e filhos muito amados.

Mas tudo começa pelo diálogo. Sem este seremos incompletos, fugitivos e a nossa vida não terá sentido. É o amor que flui em nós e canta como água cristalina que borbulha na sua nascente. Não tenhamos medo de Deus, Ele nos ama e o seu amor nos “restaura”!

(Artigo extraído do livro “Como rezar”)