O segundo capítulo do Evangelho escrito por São Mateus nos ensina sobre a missão e o destino do Messias, além disso, tem início com a adoração dos Magos, que anunciam o nascimento do “rei dos judeus” (Mt 2, 2). O caminho que seguiram os Magos nos revela a universalidade do amor de Deus, que acolhe todas as nações e indica um reinado diferente daquele imposto pelos homens e que era ocupado por Herodes.
Quando Deus se fez homem, convidou, por meio de uma estrela, que todos os povos buscassem a sua presença, pois não é um Deus distante, mas sim o Emanuel, Deus-conosco (Mt 1, 23). E esse convite é respondido pelos Magos, como representantes da humanidade a presença de Deus.
O caminho feito pelos Magos
A passagem bíblica nos posiciona no momento histórico do nascimento do Cristo, que foi o reinado de Herodes, um rei com grande atividade pública e conhecido por sua crueldade, matando várias de suas mulheres, filhos e pessoas influentes na comunidade. Herodes reconstruiu de forma luxuosa o Templo de Jerusalém, sem observar o verdadeiro significado da construção, até mesmo porque não era judeu, sendo que só conseguiu chegar ao poder por colocar-se como vassalo do Império Romano. Mesmo assim, logo que os Magos anunciaram seu propósito e perguntaram pelo nascimento do rei dos judeus, Herodes sabia bem de quem falavam, tanto que reuniu os sumos sacerdotes e os escribas “para perguntar-lhes onde o Cristo deveria nascer” (Mt 2, 4). A confirmação veio de imediato, por meio da citação da profecia de Isaías. Herodes reconheceu o nascimento de um Rei que era muito maior do que ele.
A caminhada dos Magos se inicia pela visão da Estrela do Oriente. Era comum para muitos povos daquela época relacionar o nascimento de pessoas importantes com certos movimentos dos astros. Mas o que, de fato, lhes conduz a Cristo, são as Sagradas Escrituras, que diziam ser em Belém o nascimento do Messias. O Evangelho não nos fala muito sobre os Magos, mas o estudo das tradições da época e outros escritos especificaram que: os Magos eram três irmãos persas, chamados Melchior, Gaspar e Baltazar. De acordo com o que carregavam em seus corações, os Magos presentearam o Menino Jesus com ouro, porque é rei; com incenso, porque é Deus; e com mirra, porque é homem.
Leia mais:
.:Quando desmontar o presépio e a árvore de natal?
.:Por que nas oitavas todos os dias são Natal?
.:Aqueça seu coração com esperança neste Natal
.:O que é indulgência plenária? Como alcançá-la no Ano de São José?
É bom que possamos nos lembrarmos do convite de Deus para que estejamos com Ele. Assim como os Magos, identifiquemos nos eventos ao nosso redor a companhia do Deus Vivo e Verdadeiro, confirmando Sua presença nas Sagradas Escrituras e oferendo a Ele os nossos dons, conforme aquilo que esteja em nosso coração. Os olhos dos Reis Magos viram precisamente a Cristo na manjedoura e, ainda hoje, os nossos olhos podem vê-Lo, ao contemplarmos a celebração Eucarística. Que assim seja!
Referências:
BÍBLIA SAGRADA. Tradução da CNBB, 18 ed. Editora Canção Nova.
BENTO XVI. Homilia na Santa Missa na Solenidade da Epifania do Senhor. Vaticano, 6 jan. 2011.
JOÃO PAULO II. Homilia por ocasião da Solenidade da Epifania do Senhor e a ordenação episcopal. Roma, 6 jan. 1980.
JOÃO PAULO II. Homilia por ocasião da Solenidade da Epifania do Senhor e a ordenação episcopal de nove presbíteros. Roma, 6 jan. 1998.