Remontando a nossa história, quando crianças, lembramos das muitas vezes em que tivemos nossa mãe presente, para nos ajudar a resolver os pequenos impasses do nosso cotidiano. Era comum recorrer à sua ajuda em todos os nossos desafios.
Nos dias atuais, essa característica já não é tão forte para a nova geração. Sabemos que o novo ritmo imposto pelo mundo tem ditado, também, um novo comportamento familiar. Muitas famílias contam com a provisão não somente do marido, mas também com a da contribuição feminina. Não temos dúvidas da versatilidade das mulheres para manter a casa e ainda ocupar seu lugar no mercado de trabalho.
Para toda ação há uma reação. De todos os benefícios obtidos para o lar, com a participação das mães de família no mercado de trabalho, houve também uma reação no comportamento dos filhos que começaram a ter as creches como extensão de suas casas. Atualmente essas se caracterizam pela especialização no melhor atendimento para uma clientela que, mesmo sem saber falar ou reclamar seus direitos, tem os critérios dos pais na exigência dos serviços prestados para ela.
Se compararmos o nosso comportamento de infância com o das crianças do século XXI, perceberemos uma grande desenvoltura destas, talvez, por iniciarem em tenra idade o exercício da convivência social. Com o passar do tempo, nossas crianças cresceram e assumiram novos posicionamentos de opiniões e desejos. O senso de decisão e a perspicácia para o novo são notórios e, muitas vezes, o senso de independência também aparece mais cedo para esta nova geração.
As crianças e adolescentes do século XXI já não são tão dependentes para escolher uma roupa ou para decidir o que comer. O que antes era resolvido pelos pais, agora, pouco a pouco, tem se manifestado como sinal de maturidade, ainda que sejam pequenos.
Talvez, por terem enfrentado muito cedo situações que facilmente os pais resolveriam por eles, esses filhos, hoje, já vivem certa “independência”. Tornaram-se adolescentes “resolvidos” e suas opiniões poderão ser facilmente confundidas pelos pais como “desobediência”. Entretanto, no exercício dessa liberdade, certas escolhas ou procedimentos deles [filhos] podem conflitar com os princípios defendidos pela família.
Digerir uma situação que os filhos insistem em vivê-la, mesmo contraria à vontade de seus pais, é uma tarefa difícil para os genitores, talvez, mais difícil que sustentar a própria casa. Para nós, pais, creio eu, respeitar as opções deles não significa estar de acordo ou aprová-las. Os filhos precisam conhecer as razões que levaram os pais a se manifestarem desfavoravelmente ao que tinham optado por viver ou experimentar.
Ainda que nossos filhos possam estar criando asas, é sempre bom recordá-los de que o vínculo e a tranqüilidade familiar sempre serão o porto seguro onde poderão restabelecer suas forças, e o “laboratório” onde aprenderão a conquistar o amadurecimento pessoal. Por mais resolvidos que possam se achar, ainda não conseguem vislumbrar o que foi encarado pelos mais velhos.
Que Deus nos ajude a viver esse ministério. Abraços.