Há palavras que nos assustam, uma delas é a palavra “eterno”, um pecado eterno. O que tem perdão e o que não tem perdão? Tudo o que diz respeito ao tempo traz reações dentro do nosso coração e nos faz pensar.
Hoje, a Carta aos Hebreus diz que “Todo homem morre uma só vez, logo depois vem o juízo” (Hb 27,9) Até o momento da morte, é o tempo das escolhas, é o tempo do recomeço, da conversão. Aquele momento é o confronto da nossa vida com Aquele que é o Senhor dela. Ali, nós estamos diante d’Ele e em Cristo, na sua luz, nós vamos enxergar a nossa existência. Um encontro maravilhoso e, ao mesmo tempo, doloroso, porque nós veremos o que foi Jesus em nossa vida, o que foi de acordo com a Palavra dEle e o que não foi.
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Quando a Boa Nova do Evangelho é anunciada, está em jogo o destino humano. A Palavra do Evangelho não trata de coisas que possam ser destruídas. Acolhê-la é algo que joga com o destino humano, pois não fomos feitos somente para esta terra, se fôssemos criados só para essa existência, seríamos todos dignos de dó, mas nossa esperança aponta para o definitivo de Deus.
O Evangelho de São Marcos, que é extremamente provocador, porque é uma apresentação de Jesus suscitando uma escolha corajosa, é uma espécie de carteira de identidade de Jesus. Esse Evangelho pode ser compreendido por vários ângulos. Um deles é a questão das opções. Existem alguns grupos de pessoas no Evangelho: a grande multidão, que escolhe Jesus, e desta brota o segundo grupo, que são os que se fazem discípulos de Jesus e O seguem. Depois há um terceiro grupo que faz um contraponto com as mensagens de Jesus, que são os adversários. Neste estão os mais ferrenhos, aqueles que vêm de Jerusalém e querem fazer uma concorrência com o Senhor, e chegam com um julgamento e querem comprometê-Lo, de modo que cometem o pecado contra o Espírito Santo.
Manifestações contra o Espírito Santo acontecem quando nós dizemos: “Não tem jeito mais para mim”. Outra manifestação contra Ele é dizer que você não precisa mais de Deus, que é auto-suficiente. A coisa mais importante e que vai lhe dar serenidade depois da morte é dizer: “Eu creio na salvação de meu Senhor Jesus Cristo!”
A Eucaristia é a grande oportunidade, a graça que o Senhor nos dá para nos abraçarmos às coisas que não passam e que vêm de Jesus. Não precisamos ter medo do que é definitivo, vamos nos aproximar do Senhor.
Diga ao Senhor que você precisa da salvação. Deus quer oferecer-se a todos, Ele não quer que ninguém fique excluído da graça da salvação. Hoje, nós estamos regando, com a graça, esta vida que tem o tamanho da eternidade.
Homilia desta segunda-feira, dia 22, na sede da Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP)