Padre Léo: o milagre de cada minuto
Faz alguns meses alguém me perguntou: “É verdade que padre Léo foi curado?” Eu lhe respondi que Deus nos cura a cada minuto… e fazendo as contas, desde aquele Retiro de Carnaval até hoje, o Pe. Léo já foi curado muitas vezes e, por meio dele, muitas pessoas foram curadas não só do corpo, mas também da alma e do coração.
Fui visitar meu irmão Léo no hospital e percebi que seu corpo dava sinais de fraqueza. Mas nunca tinha visto seus olhos tão fortes e vivos. Dizem que os olhos são os espelhos da alma. Neste caso, sua alma está mais curada que nunca. Lembrei-me também daquele episódio em que nossa querida Tia Laura, de Lorena (SP), que tinha um lindo dom de cura, foi abordada por uma jornalista que questionava o fato de sua própria filha ter morrido de câncer. Ela perguntava: “Deus não ouviu suas orações? Por que sua filha não foi curada?” Tia Laura respondeu com sabedoria simples, que confunde sábios e teólogos: “Como não? Ela não está mais doente. Recebeu a cura definitiva”. Somente uma grande fé pode entender os mistérios da morte que é a cura maior.
Padre Léo entendeu isso como ninguém e, ultimamente, vivia apenas para proclamar que devemos buscar antes “as coisas do Alto”. Ele viveu grande parte de sua vida rezando para que as pessoas fossem libertas de todo tipo de mal e enfermidade. Agora, recebe a graça de seguir Jesus na dor. Ele viveu com o Mestre em Nazaré, à beira do Mar da Galiléia e diante das multidões. Viveu congregado em torno do Coração de Jesus. Viveu muito tempo em “Bethânia”, com seus irmãos “Lázaros, Martas e Marias”. Repartiu o pão da Eucaristia e o sacramento do perdão. Estava no “Getsêmani”. Sua palavra, testemunhada por Pe. Jonas, era a mesma do Mestre: “Afasta de mim este cálice, mas não se faça a minha vontade, mas a tua”. Junto dele há poucas pessoas, como no Getsêmani. É assim mesmo. Passou o momento da multidão. Mas não vamos esquecer: Jesus não nos curou no “sucesso” da Galiléia, mas nos salvou no “fracasso” da cruz. A dor faz sentido. Esta lição Pe. Léo nos ensina sem palavras nem livros. Sua silenciosa presença entre nós, neste momento, não precisa mais de sermões. Ele recebeu a graça de morrer do jeito certo. Recebeu o milagre da cura definitiva. Esta lição, ninguém jamais esquecerá.