Aqueles que são favoráveis ao aborto, ao uso de pílulas do dia seguinte, uso de células tronco embrionárias para fins terapêuticos, etc., se esforçam para impor à população o conceito de pré-embrião, como se o ser humano só passasse a existir após um certo número de dias após a sua concepção. Acontece que a ciência, cada dia mais, deixa claro que não existe o pré-embrião.
Mais de 200 cientistas e professores universitários espanhóis tornaram público, em 11 dez 2006, um Manifesto discordando com alguns dos conteúdos do Projeto de Lei de Pesquisa em Biomedicina, que se debaterá na próxima quinta-feira no Congresso dos Deputados da Espanha. (Zenit. org – Valência, 11 dez 06)
O Manifesto é acima de tudo contra o perigoso e sútil conceito de pré embrião e foi promovido por Luis Franco Vera, da Real Academia de Ciências Exatas, Físicas e Naturais e catedrático de Bioquímica e Biologia Molecular da Universidade de Valência, e foi firmado por 14 acadêmicos, dois cientistas premiados com o Prêmio Jaime I, 39 catedráticos universitários e mais de 150 pesquisadores e professores.
Os pesquisadores afirmam que «desde um ponto de vista estritamente científico, não têm sentido as distinções semânticas como a que se introduz ao chamar pré-embrião o embrião obtido por fecundação in vitro».
Sabemos que este conceito de pré-embrião é uma maneira mascarada de se tentar legitimar a manipulação de embriões em experiências genéticas, geração e uso de células tronco embrionárias, aborto, pílula do dia seguinte e outras coisas que não se coadunam com a dignidade do ser humano.
Os cientistas afirmaram no Manifesto que há dados que tornam inadmissível desde um ponto biológico identificar o embrião como uma simples massa de células, nem sequer nos dias anteriores à sua implantação, e que o embrião é «um organismo individual da espécie Homo sapiens, certamente em estado incipiente de desenvolvimento, mas não por isso merecedor de um estatuto biológico distinto do adulto».
Ainda sobre o uso terapêutico de células-tronco embrionárias, os pesquisadores querem evitar a «criação de falsas esperanças no seu uso», já que «essas células não deram lugar até agora a aplicações realmente terapêuticas em seres humanos». Eles afirmam que « a elevada taxa de proliferação das células embrionárias provoca, em mais de 60% dos animais em que se implantam, a aparição de tumores». Isto quer dizer que até agora o uso dessas células tronco embrionárias não deram resultado favorável.
Por outro lado os cientistas que assinaram o Manifesto, acreditam no emprego das células-tronco de origem adulta, que «deram lugar já ao tratamento de mais de 70 patologias humanas de diversos tipos e são numerosos os protocolos de experimentação clínica em andamento, com resultados promissores em muitos casos». Dizem eles que «são 544 os protocolos que utilizam células-tronco adultas, não se apresentou nenhum com células de origem embrionária».
Assim, esses mais de 200 cientistas espanhóis desmascaram a mentira que é necessário usar células tronco embrionárias para fins terapêuticos. Contra fatos não há argumentos.
Eles ainda fazem «um chamado para que a discussão científica seja levada a cabo com ânimo aberto, de modo que, baseando-se em argumentos científicos, cada um possa emitir retamente um juízo ético sobre os diversos modos de atuar na pesquisa biomédica».
Entre os cientistas que assinaram o Manifesto figuram, entre outros, o professor Eduardo Primo Yúfera, Premio Jaime I; os acadêmicos Ramón Llamas, Adriano García Loygorri, Carlos Sánchez del Rio, Pedro Jiménez Guerra, Guillermo e Víctor Jiménez; os catedráticos em Bioquímica Concepción Abad, Eduardo Arilla, Eduardo García Peregrín, Ignácio Núñez de Castro, Esteban Santiago e José M. Vega; os catedráticos de Biologia Celular José Manuel García Verdugo, Antonio Pellín e Ricardo Paniagua; os catedráticos de Fisiología José M. Estrela e José Viña; os catedráticos de Química Orgânica Ramón Mestres e José María Marinas; o de Histologia, Amando Peydró; o de Anatomia e Embriologia Humana Francisco Sánchez do Campo; o de Genética, Nicolás Jouve da Barreda; e o catedrático de Patología Cirúrgica, Carlos Vara.
A ciência já comprovou cabalmente que o ser humano passa a existir desde a sua concepção e por isso, a Igreja afirma que sua vida, a partir deste instante, é inviolável; e qualquer ofensa à sua integridade é grave injuria ao ser humano mais indefeso.
O conhecido e famoso Dr. Jérôme Lejeune (1926-1994), médico geneticista e pediatra francês, que descobriu a causa genética da Síndrome de Down em 1958, dedicou-se integralmente ao tratamento das doenças genéticas que atingem as crianças. Durante o período em que foi chefe da unidade de Citogenética do Hospital Necker Enfants Malades, em Paris, sua equipe estudou mais de 30.000 casos de doenças genéticas e tratou de mais de 9.000 pacientes com doenças que afetam a inteligência. Recebeu diversos prêmios acadêmicos e doutorados honoris causa, sempre garantiu que a vida humana começa na concepção.
O Dr. Jérôme afirma que « A célula original do ser humano é semelhante ao gravador com a fita. Mal o mecanismo se põe em funcionamento, a vida humana desenvolve-se de acordo com o seu próprio programa, e se o nosso organismo é efetivamente um aglomerado de matéria animado por uma natureza humana, isso se deve a esta informação primitiva, e somente a ela. O fato de o ser humano dever desenvolver-se no seio do organismo materno durante os seus nove primeiros meses não modifica em nada este fato. Para a mais estrita análise biológica, o princípio do ser remonta à fecundação, e toda a existência, desde as primeiras divisões celulares até à morte, não é senão a ampliação do tema originário.
A primeira célula que se divide ativamente, esse primeiro conglomerado celular em incessante organização, a pequena mórula que vai aninhar-se na parede uterina será já um ser humano diferente da sua mãe? Sim. Não somente a sua individualidade genética já está estabelecida, como acabamos de ver, mas este minúsculo embrião, no sexto ou sétimo dia da sua vida, com um tamanho de um milímetro e meio apenas, é já capaz de presidir ao seu próprio destino. É ele, e somente ele, quem por uma mensagem química estimula o funcionamento do corpo amarelo do ovário e suspende o ciclo menstrual da sua mãe. Obriga assim a mãe a protegê-lo; faz já dela o que quer, e continuará a fazê-lo daí por diante. (Fonte: Laissez le vivre, Éd. Pierre Lethielleux, Paris, 1975, págs. 17-29)
Ninguém pode desmentir essa afirmação científica. O ser humano começa no primeiro instante de sua concepção.