Na era dos avanços tecnológicos é difícil nos imaginarmos vivendo em uma época do passado, em que as pessoas não tinham meios tão eficazes, como os nossos, para se comunicar. Como viver sem rádio, TV, telefone, Internet, celular? Hoje, já nos habituamos com a praticidade desses meios de comunicação, e não nos vemos sem eles!
Fazemos muitos cursos para aprender a nos comunicar melhor, e isso é muito bom. Também temos experimentado a importância do dialogar. Como é de suma importância vivermos a partilha em nossos relacionamentos, com os nossos amigos e com aqueles com os quais convivemos.
Mas, quero falar de uma virtude rara em nosso mundo atual: o silêncio. Neste tempo de Advento, somos chamados a uma mudança de vida, a uma conversão, para que Jesus renasça em um novo coração. É tempo de nos encontrarmos com Deus, para identificarmos o que vivemos no ano que se finda, e colhermos as direções que Ele nos dá para o novo ano que se aproxima. E para estarmos a sós com o Senhor, necessitamos de silêncio.
Madre Teresa de Calcutá nos ensina: “Precisamos encontrar Deus, e não podemos fazê-lo com barulho e desassossego. Deus é amigo do silêncio. Veja como a natureza árvores, flores, grama crescem no silêncio; veja as estrelas, a lua e o sol, como se movem em silêncio… Precisamos de silêncio para sermos capazes de tocar almas.”
Tenho percebido que silenciar é uma arte, especialmente, para aqueles que têm temperamento sangüíneo, que gostam de falar e de fazer amizades, assim como para os que têm temperamento colérico, e que são explosivos e extrovertidos.
Lembro-me de que, há alguns anos, eu tinha medo do silêncio. Entrava em casa e tinha de ligar o rádio ou a TV. Eu era acostumada ao barulho da cidade em que nasci, São Paulo. Mas, hoje, tenho aprendido a viver com o silêncio e no silêncio. Sinto falta dele, desejo e busco, diariamente, um momento para estar em silêncio a fim de ouvir Deus, o amigo do silêncio. Louvado seja o Senhor por esta obra nova que Ele fez em mim!
Aprendi também a amar no silêncio, pois, muitas vezes, por diversas circunstâncias, tive de me distanciar daqueles a quem amo, mas isso não queria dizer que eu os havia esquecido. Trago-os gravados em meu coração, amo-os de longe. É um silêncio frutuoso!
Que o Espírito Santo, o Transformador, nos dê a graça da conversão, da mudança de vida e, acima de tudo, a de aprender a silenciar.
Deus abençoe você neste tempo de Advento!