‘Maldito é aquele que faz a obra do Senhor com desleixo‘ (Jr 48,10).
Com esta palavra gostaria de partilhar o meu PHN aqui em Roma onde estou em missão por escolha do bom Deus. Estando em Roma o risco que corro é de viver como turista, como uma pessoa que está aqui somente por passeio, e não por uma busca daquele que é o Senhor de tudo.
Trabalho com gravações, passo por vários lugares santos, vejo milagres, obras e muitas outras coisas que são de grande importância para nossa fé e para o mundo. Com isto não me permito viver somente como um profissional ou um curioso de acontecimentos, mas sempre recordo para mim mesmo que antes de um profissional sou um consagrado, e por isso antes de qualquer gravação busco o objetivo da gravação, o objetivo do por que Deus me colocou naquele lugar, e assim é o meu coração que grava todas aquelas maravilhas onde eu estou. Percebo que neste momento Deus salva em primeiro lugar a mim mesmo, antes que o programa chegue para o povo pelo qual fui consagrado.
Lembro aqui de um fato curioso: uma vez eu fui fazer uma gravação em Lanciano, uma cidade do leste da Itália, local onde está o Milagre Eucarístico, onde o pão e o vinho se transformaram em carne e sangue coagulado, isto ha mais de 700 anos.
Logo que cheguei e estava comigo meu irmão de comunidade o Laércio, carinhosamente ‘pretinho’, começamos literalmente a tremer, choramos e sentimos vergonha de estar ali diante de um milagre tão grande: era o próprio Jesus. Quando me deparei com tudo aquilo pedi ao bom Deus que me banhasse com sua misericórdia por tantos pecados que eu tinha e que aquela gravação fosse para mim um retomada de vida, uma volta à minha radicalidade, que eu me convertesse de verdade. Foi uma experiência muito grande pois foi um marco. Percebi que aumentou em mim a atenção e o cuidado de gravar os lugares santos.
Viver o PHN é para mim não viver o desleixo com o meu trabalho, ou mesmo não fazer por fazer. Vivo como se fosse o primeiro e o último momento da minha vida. Vejo que muito mais do que gravar nestes lugares é não me permitir realizá-lo de qualquer jeito.
Outro fato foi no Congresso Internacional de Comunidades em Bari, cidade localizada mais para o sul da Itália. Estava lá o Pe. Jonas, e uma das atividades do Congresso era conhecer a cidade , pois é uma das mais antigas da Itália. O Padre aproveitou deste momento e me disse: ‘ – Meu filho nós iremos gravar isto tudo, não é?’
Naquele momento tudo dentro de mim tremeu, pois eu estava sozinho como câmera, para carregar todo o equipamento . Eu era o próprio ‘monte de indisposição’. Naquela hora o PHN foi aceitar com toda a alegria do mundo a proposta do Padre, pois eu sabia que se eu dissesse que não daria certo por motivo de poucas baterias ou por outra coisa, ele entenderia. Mas a gravação foi maravilhosa, pois o PHN me incentivou e porque tive um grande repórter, produtor, auxiliar de câmera que se chama Pe. Jonas Abib.
Foi uma aula de espiritualidade e de companheirismo. Se eu não me dispusesse viver o PHN naquele momento eu não experimentaria tudo aquilo que vivi. Digo que o PHN não é difícil vivê-lo, basta ter disposição e querer colocá-lo em prática. Assim Deus faz o resto e nos presenteia com grandes carinhos que Ele mesmo nos dá.