São João em sua primeira carta afirma que o amor não só vem de Deus, mas conduz a Ele. Todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus (1 João 4,7). Quem ama os outros proclama que veio de Deus e está em comunhão com Ele.
E numa breve afirmação, João faz uma das mais profundas e grandiosas revelações do Novo Testamento: Deus é amor (1 João 4,8). Deus age por amor. Criou o mundo por amor. E foi por amor que enviou seu Filho único à terra (1 João 4,8). Graças à encarnação do Filho de Deus somos capazes de compreender toda a grandeza do amor de Deus para conosco. A iniciativa de amor é dEle. Porque é Ele amor. Não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou-nos o seu Filho (1 João 4,10).
Na origem do amor, que é Deus, está o amor do Pai ao Filho. Depois, o amor do Filho por nós. Assim como o Pai me amou também eu vos amei (João 15,9). Por isso, devemos amar-nos uns aos outros.
Daí que é preciso permanecer no amor de Jesus. E a condição é observar seus mandamentos (João 15,10). O amor a Jesus não é uma palavra. Deve ser um comportamento. Uma nova atitude do homem. E a experiência do amor de Deus em nós e de nossa união com Cristo e com os irmãos nos torna felizes. A alegria de Jesus estará em nós e nossa alegria será plena (João 15,11).
Daí o grande mandamento, fonte de toda norma moral cristã: Amai-vos uns aos outros (João 15,12). A origem e a força deste amor mútuo é o amor de Cristo para conosco: como eu vos amei (João 15,12).
Este o grande testemunho do cristão no mundo, ontem e hoje, o amor. Os pagãos se admiravam porque os cristãos se amavam: Vede como eles se amam. Nesta sociedade, sob muitos aspectos, distanciados do Evangelho, o verdadeiro amor cristão causa também admiração. O amor de quem se dá pelos outros desinteressadamente, partilha suas dores, condivide com eles os seus bens. E é capaz até de dar a vida por eles. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos (João 15,13).
Dá a vida não só por seus amigos. O mandamento do Senhor vai além da esfera dos amigos. João se refere aos amigos, porque se dirigia à comunidade dos cristãos, amigos de Jesus. Mas a ordem do amor não conhece fronteiras: ‘Isto vos ordeno: amai-vos uns aos outros’ (João 15,17).