Sem o diálogo e a partilha é impossível de se conhecer o próximo e de se chegar a um acordo. É através da partilha que conhecemos as pessoas, suas aspirações, sonhos, medos, alegrias e vitórias. Sempre gostei de ouvir histórias de vida, de exemplos, de pessoas que venceram grandes problemas na vida, que tiveram de vencer as suas maiores dores. Sou um apaixonado pela vida, valorizo aquilo que cada pessoa traz consigo.
Todos os fins de semana, dois seminaristas do Vietnã vêm à paróquia, onde moramos em uma pequena cidade da França (Toulon), para ajudar o pároco nas celebrações. Domingo passado, terminamos o momento com um agradável almoço, enriquecido com uma bela partilha. Nesse último domingo, durante a refeição, esses seminaristas falaram do seu povo, de sua história marcada pela dor da guerra.
Segundo eles, o Vietnã é um dos países que mais se envolveu em guerras, e ficou sobre domínio chinês durante mil anos. Uma das piores das guerras de que se tem notícia, que nossos conhecemos bem, é a chamada «Guerrra do Vietnã». Coloquei-me a ouvir com o coração, minha atenção estava totalmente voltada para eles, pois cada ser humano é um mundo a ser explorado. Participei ativamente da conversa. Eles puderam sentir, que eu não somente valorizava sua história, sua vida, mas também os acolhia.
Durante uma partilha é preciso ouvir com amor, com carinho, demonstrar interesse em conhecer, em saber mais o que o outro tem a dizer. Como é bom quando falamos e alguém demonstra atenção, desejo de fazer parte da história, tentando “entrar” nela de alguma forma, para que possa compreender a vida, a história única de quem a narra.
Vamos descobrir a riqueza que existe em cada momento desses. Isso nos conduz a um crescimento precioso: o crescimento do amor pela vida, pelo próximo.
Como estão seus diálogos e partilhas? Você escuta com amor, com carinho? Tenta participar, de alguma forma, da vida do outro? Sabemos como tais momentos são importantes para manter a vida. Pois, por exemplo, se entre um casal não existir o diálogo, de forma alguma se manterá o relacionamento. Entre casais de namorados, a mesma coisa.
Nas famílias tudo se constrói e se conquista pelo diálogo. Podemos seguir o exemplo do nosso saudoso e querido João Paulo II. Através do diálogo, ele conseguiu reconciliar muitas coisas em relação à religião e até mesmo a contribuir para “derrubar” a muralha comunista. Qual o segredo? A partilha e o diálogo: armas do coração.
Convido você a fazer essa experiência de escutar, de crescer em cada momento com esta arma poderosa. Lembre-se de que cada ser humano possui um riqueza única dada pelo Autor da Vida: Deus.
Osmário Felício