“De fato, todo sumo sacerdote é tomado do meio do povo e representa o povo nas suas relações com Deus” (Hb 5,1), ele é o ungido do Senhor
Jesus é o Sumo e Eterno Sacerdote. Pelo sacramento da Ordem, o sacerdote torna-se o representante legítimo de Cristo, o ungido do Senhor. Quando preside a celebração dos sacramentos, principalmente a Eucaristia e a reconciliação, ele age in persona Christi, ou seja, na Pessoa de Cristo, fonte de onde provém a vida para todos os membros da Igreja. Por isso mesmo, quando, na Celebração da Eucaristia, ele diz: “Isto é o meu corpo” e “este é o cálice do meu sangue”, o pão e o vinho se transformam no Corpo e no Sangue de Cristo pelo poder do Espírito Santo.
Da mesma forma, quando, na celebração do sacramento da reconciliação, ele diz: “Eu te absolvo de teus pecados”, é o próprio Cristo quem perdoa.
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
O celibato
Dessa primeira consideração, já podemos tirar uma conclusão prática: se o sacerdote está identificado sacramentalmente com Cristo, seu estilo de vida deve ser o estilo de vida de Cristo. Aqui se encontra a razão teológica e espiritual para o carisma do celibato, o qual aproxima o estilo de vida do sacerdote ao estilo de vida de Cristo: celibatário, casto e virgem.
O carisma do celibato ajuda o sacerdote a viver, com radicalidade, a caridade pastoral. Pelo anúncio da Palavra – Cristo e Sua mensagem –, o sacerdote aproxima os seres humanos de Deus. Como educador da fé e da reta conduta humana e cristã, ele forma a personalidade do discípulo de Cristo.
Ministro da santificação e pastor do povo de Deus
Além disso, o presbítero é o ministro da santificação. Para usarmos a expressão do apóstolo São Paulo, ele é o dispensador dos mistérios de Deus, dos bens salvíficos que nos chegam pelos sacramentos.
Os sacramentos são chamados canais da graça. Esses canais estão ligados a uma fonte, que é o Cristo ressuscitado. É d’Ele que provém a graça salvífica para toda a vida da Igreja. Finalmente, pertence à identidade do sacerdote ser a imagem viva de Cristo, o Bom Pastor.
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O sacerdote governa o povo a ele confiado não como funcionário, mas com a autoridade do pastor. O rebanho não pertence a ele, mas a Cristo. Cronologicamente, o Ano Sacerdotal terminou na Festa do Coração de Jesus. Seu objetivo, porém, deve permanecer na vida de toda a Igreja: a oração pela santificação dos sacerdotes.
O sacerdote santo é luz do mundo e sal da terra.
Dom Benedito Beni
Bispo Emérito da Diocese de Lorena