Em algumas culturas o fator que rege a decisão de se casar não cabe aos namorados, mas a outros interesses que favorecem as famílias envolvidas, como o pagamento de dotes em forma de dinheiro ou outros bens. Em nossos dias, na cultura ocidental, após certo tempo de namoro, o casal decide por si mesmo o momento de se casar.
Casar-se significa muito mais do que ter alguém com quem dormir junto. A decisão dos namorados de se casar deverá estar fundamentada no desejo de comungar os mesmos propósitos. Entre muitos aspectos que incidem nessa decisão estão a preocupação com respeito à moradia, às condições financeiras necessárias para se começar a vida, à espiritualidade, especialmente se um dos cônjuges for de religião diferente, assim como com relação ao melhor momento de se conceber filhos, entre outros. Se como namorados o diálogo e a reconciliação já fazem parte de suas vidas, tais atitudes serão ainda mais exigidas do casal na vivência do matrimônio, pois a harmonia se torna mais fecunda quando todas as decisões são tomadas em conjunto.
Por melhor que seja o convívio entre os namorados, ou independentemente do tempo de namoro, não confere ao casal os mesmos direitos daqueles que estão vivendo o sacramento do matrimônio, ou seja, a intimidade sexual. O calor das paixões dos jovens casais, especialmente quando estes se encontram em lugares muito reservados, poderá levá-los a viver uma experiência íntima, regada por juras de amor, promessas de casamento ou talvez simplesmente fundamentada no desejo da realização de um prazer genital.
Muitos namorados não preparados psicológica nem emocionalmente vivem as conseqüências implícitas na relação sexual. Eles se tornam pais quando ainda não passam de adolescentes crescidos. Assustados com a inesperada surpresa, poderão esquecer-se das juras de amor eterno e da responsabilidade que diziam estar dispostos a assumir. E na tentativa de equacionar a questão de uma gravidez prematura, alguns casais tomam a decisão imatura de se casar, embora muitos vivam na dependência de seus pais, pois ainda estão estudando, não têm um trabalho ou na pior das hipóteses: nunca pensaram realmente na possibilidade de se casar com aquela pessoa.
Certamente, os planos para o futuro dos casais de namorados ou noivos são para o término de seus estudos, entre outras coisas. Para se evitar uma reviravolta em seus projetos de vida, melhor será conduzir o relacionamento na condição de viver o processo natural de conhecimento mútuo. Afinal se existe uma pretensão de se casar, penso ser também necessário buscar a amizade com os familiares de ambos os lados, aplicar-se reciprocamente nas descobertas de outros sinais importantes, que os auxiliarão no processo de encontrar o equilíbrio no relacionamento e desenvoltura para superar os conflitos pessoais.
Acredito que a antecipação dos acontecimentos poderá levar o casal a viver uma difícil experiência no casamento. Mesmo que a intimidade no namoro seja assumida como uma tendência natural aos olhos das pessoas mais liberais, busquemos entender que a realização e a plenitude de um amor maduro não florescem da explosão dos hormônios. Estas se darão na confirmação do compromisso que, no ápice da intimidade abençoada, marido e mulher se declaram no silêncio das palavras sua pertença incondicional ao outro.
Um abraço e até breve.