Um sacerdote contava que, certo dia, passeava em um bosque e viu no chão um passarinho todo entretido com alguma coisa que não se via bem. Foi então aproximando-se para ver o que era, parecia uma minhoca o que o passarinho espreitava, decidiu então chegar mais perto para ver.
Que surpresa! Lá estava ela, imóvel, só com a língua de fora a fazer graça ao passarinho, e o pobrezinho, tonto, cada vez mais perto, encantado, acreditando que ia fazer uma bela refeição, sem perceber que a refeição era ele. Não deu outra! O bote foi certeiro, fatal!
É exatamente isso que a tentação faz conosco. Não podendo subir até nós para nos atingir, atrai-nos até o que é mais baixo, por meio do encantamento das ocasiões. Para dizer “não” ao pecado é também necessário considerar a ocasião, isto é, fugir das ocasiões, pois elas exercem sobre a pessoa um fascínio, um encantamento, e surge em nós como que uma “vozinha” a dizer: “Aproveita a ocasião, ninguém está vendo, esta oportunidade não voltará a se repetir…”; e, à medida que damos ouvidos a essa voz, vai se fazendo um rombo em nossa vontade, por onde se escoam todas as nossas forças.
É interessante perceber que ninguém cai no alcoolismo da noite para o dia, as ocasiões o arrastam; ninguém comete adultério de uma hora para outra, é preciso criar a ocasião.
O jovem que queira ser casto não conseguirá buscando namorar em casa sozinho, ou num estacionamento às escuras e a sós.
Trecho extraído do livro Quando só Deus é a resposta