💖 Aparição Mariana

A mensagem de Fátima: escola de santidade

13 de outubro de 1917

A 13 de outubro de 1917, na Cova da Iria, Fátima, ocorreu a sexta aparição de Nossa Senhora, culminando o ciclo das aparições Marianas, deixando marcas fundamentais e irreversíveis na história da Igreja e da humanidade.

Não menos importante são os fenômenos naturais ocorridos durante a aparição, porém, nos deteremos com atenção ao diálogo de Nossa Senhora com a pequena Lúcia para dele extrair a mensagem trazida por Ela do céu.

Capelinha das aparições, localizada no Santuário de Fátima em Portugal.

O diálogo de Nossa Senhora com Lúcia e as visões finais

Ao ver Nossa Senhora, Lúcia perguntou:
– Que é que Vossemecê me quer?
– Quero dizer-te que façam aqui uma capela em Minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a rezar o terço todos os dias. A guerra vai acabar e os militares voltarão em breve para suas casas.
– Eu tinha muitas coisas para Lhe pedir: se curava uns doentes e se convertia uns pecadores etc. – Uns, sim; outros, não. É preciso que se emendem, que peçam perdão dos seus pecados.
E tomando um aspecto mais triste:
– Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor que já está muito ofendido.
E abrindo as mãos, fê-las refletir no sol. E enquanto que se elevava, continuava o reflexo da Sua própria luz a projetar-se no sol. Ao finalizar a aparição, Lúcia teve três visões que também abordaremos.

A plenitude da vontade divina

Lúcia, ao perguntar a Nossa Senhora o que dela queria, foi uma atitude de extrema abertura a plena vontade de Deus, ou seja, uma disposição total e sincera para aceitar e seguir os planos divinos, embora talvez não fossem os seus planos pessoais. Ela entregou os seus planos, desejos e vontades ao Senhor, buscando viver uma conformidade de coração com os desejos de Deus, e confiando que o plano d’Ele é sempre melhor, agradável e perfeito para a sua vida (cf. Rm 12,12).

O amor materno que guia ao Céu

O diálogo de Nossa Senhora com Lúcia reflete o amor filial de Mãe, e nele está o afeto e a lealdade que as unem, caracterizado por um laço profundo de respeito, gratidão e apoio mútuo. Esse amor se manifesta em um desejo constante de progresso do outro, a proteção e o cuidado ao longo da vida.

Nessa relação tão profunda, amorosa e íntima com Lúcia, Nossa Senhora comunica que seu amor é sem distinção a todos os filhos, assegurando-os proteção, indicando o caminho que os levará para o céu. (N. 66 Exortação Apostólica – MARIALIS CULTUS)

Os três pastorinhos: Lúcia, Francisco e Jacinta.

A Capela e o Rosário, instrumentos de graça

Ao pedir que fosse feita uma capela em sua honra, significava evidenciar o lugar como um território sagrado, um recorte do céu na terra, onde Deus quis se manifestar e nele habitar. Um lugar de acolhimento a todos que, se ali peregrinarem e, com fé, rezarem, receberão as graças reservadas do lugar, ela também se estenderá aos que de coração ouvirem e atenderem os seus apelos onde que estejam.

O Rosário, um chamado à constância e à conversão

Em seguida, Maria se revela como a Senhora do Rosário, e pede que continuem sempre a rezar o Rosário todos os dias. Ela apresenta a oração do Rosário como arma eficaz, capaz de findar a guerra e instalar a Paz. A condição para receber essas graças é da conversão de vida, que significa arrepender-se e corrigir-se, abandonando um mau hábito ou um comportamento inadequado e se empenhando em ser uma pessoa melhor.

O Rosário é uma oração simples, eficaz, acessível a todos, e aos que recitá-lo com fé e constância receberá as graças.

Cada Ave-Maria rezada meditando os mistérios e jaculatórias são como uma uma garoa fina que cai sobre o terreno pedregoso e vai fecundando a semente com raízes profundas da graça no coração humano (CIC, 2708). A graça conta com o nosso esforço e perseverança na oração, porém, a eficácia da nossa oração se dá pela ação soberana de Deus que se comunica pela fé, no caso do Rosario através de Maria.( N. 1- CARTA APOSTÓLICA ROSARIUM VIRGINIS MARIAE)

Mas o que rezar, quando e como rezar?

A Celeste Mãe insiste em nos apresentar o Rosário, como fez nas aparições anteriores, com isso, afirma que é uma arma potente e eficaz para todas as circunstâncias da vida, capaz de cessar todas as guerras, sejam elas interiores, familiares, e mundiais.

É indispensável rezá-lo, ou seja, incansavelmente, todos os dias, aproveitando bem o tempo e todas as ocasiões favoráveis ou não, de modo a alcançar as graças de Deus pela insistente oração, e também conquistar as virtudes, da constância, da perseverança e fortalecer as virtudes do amor, da fé e da esperança.
Milagre de conversão alcançado pelo Rosário

É importante recordar o testemunho de São Domingos de Gusmão, que preocupado com a conversão dos cátaros, retirou-se para uma floresta próxima a Tolosa (Espanha) por três dias e três noites em contínua oração e penitência.

Em meio a insistente súplicas, adormeceu e teve uma visão da Virgem Maria. Ela lhe perguntou qual a arma que a Santíssima Trindade usava para reformar o mundo. Ao ver a sua resposta dada com humildade, Nossa Senhora revelou que a principal arma que ele deveria usar para converter os corações endurecidos era o Saltério Angélico, e que ele deveria pregá-lo.

Obediente à Virgem Maria, São Domingo pregou o Saltério Angélico e alcançou a graça prometida, os habitantes de Tolosa aderiram em massa à devoção ao Santo Rosário, se converteram.

Na oração do Saltério Angélico, os fiéis encontram um caminho para a conversão, a transformação pessoal e a salvação eterna. É um instrumento espiritual poderoso para alcançar a graça durante a vida, paz na morte e glória na eternidade. Cultivar essa devoção é uma maneira de honrar Nossa Senhora e fortalecer nossa fé cristã.

O Apelo Urgente: “Não Ofendam Mais a Deus”

As últimas palavras ditas com tristeza pela Senhora foi o apelo para não ofendermos mais a Deus, que já está tão ofendido.

Mas como O ofendemos? Deus pode ser ofendido pelos nossos pecados, pois eles representam o amor de si próprio levado ao desprezo de Deus, e a transgressão da lei divina é vista como uma agressão à honra do Criador.

A desobediência à Sua vontade e aos Seus mandamentos, pois é a revolta contra Deus rejeitando o seu amor e a sua vontade, preferindo o próprio julgamento sobre o que é certo e errado, em vez de seguir a orientação divina.

Essas atitudes são vistas como uma agressão e uma ofensa a Deus, que ama todos os seus filhos, mesmo que o pecado os afaste Dele: “Pequei contra vós, só contra vós, e fiz o mal diante dos vossos olhos” (Cf. Sl 51, 6), o pecado é, acima de tudo, uma ofensa a Deus.

Insistente chamado à conversão e à penitência

Não ofender mais a Deus é um insistente chamado à conversão e à penitência. Na Mensagem de Fátima, Nossa Senhora continua a insistir na necessidade de mudarmos de vida, abandonar o pecado e fazer sacrifícios em reparação pelos pecados cometidos, e se essas condições forem atendidas virá a paz tão desejada. (Jr 3, 13)

O Sol: Deus, a Luz que conduz ao céu

Nossa Senhora, que sempre apareceu num reflexo de Luz, no final da Aparição, abriu as mãos que refletiu no sol. E enquanto se elevava, o reflexo da Sua própria luz continuava a projetar-se no sol, nos indicando nesse gesto que o Sol é Deus, o verdadeiro e único capaz de dissipar as trevas da nossa cegueira espiritual, dando-nos a oportunidade para mudar de vida se permitirmos que a nossa mente e coração sejam iluminados pela Sua Luz que nos conduzirá no caminho para o Céu.(I Jo 1,5)

No final da aparição, Lúcia teve três visões: a Sagrada Família, São José a abençoar o mundo, o menino Jesus e Maria, concluída essa aparição viu Nosso Senhor abençoando o mundo e Nossa Senhora das Dores, e a seguir viu a Mãe do Céu e disse parecer com Nossa Senhora do Carmo.(Ap 12, 1- 12)

A escola de santidade

A Mensagem de Fátima é uma escola de santidade, pois tem como meta a união plena com Deus que deve ser o objetivo final de cada cristão. É um guia prático e profundo de vida cristã, ou seja, oferece um caminho, mostra um método para que cada pessoa alcance a santidade. (I Ts 4,3)

É um programa de vida

Os elementos da Mensagem (oração, penitência, conversão, devoção mariana, sacrifício) não são pedidos isolados, mas formam um programa espiritual coeso. Ao viver esses preceitos, o fiel é gradualmente transformado e configurado a Cristo. (Mt 6,33)

Leia mais:
.:Maria na Igreja e no mistério de Deus
.;Quando Maria se faz presente
.:Aparições de Fátima: uma chama que cultiva a esperança 

Os pastorinhos

Os pastorinhos de Fátima são exemplos, e os primeiros e mais brilhantes alunos dessa “escola”. A forma como viveram a Mensagem, com profunda fé, sacrifício e amor a Deus e a Maria, serve de modelo e inspiração para todos. Eles demonstraram que a santidade é acessível a todos, inclusive às crianças. Suas vidas nos inspiram a trilhar o mesmo caminho, pois ele elevou aos altares Francisco e Jacinta, reconhecidos como Santos, e também o reconhecimento da vida da Ir. Lúcia, já considerada venerável pela Igreja. (1 Pd 1, 14-16)

Santa Jacinta Marto e Santo Francisco Marto.

Também nós podemos, com esforço e graça, trilhar urgentemente o caminho de santidade através dos meios que nos foram apresentados pela Mensagem de Fátima, pois são capazes de nos fazer santos. (I Ts 5,23)


Nilza Pires Corrêa Maia

Nilza Pires Corrêa Maia é Brasileira, nasceu no dia 09/03/1974, em Várzea Grande, MT. É Membro da Associação Internacional Privada de Fieis – Comunidade Canção Nova, desde 1999 no modo de compromisso do Núcleo.