Quaresma é um novo início, uma estrada que conduz a uma meta segura: a Páscoa da Ressurreição
O Papa nos traz, todos os anos, pouco antes de iniciar a Quaresma, uma mensagem que tenta nos direcionar para esse tempo de encontro com Deus. Francisco nos ensina que este tempo serve “para não se contentar com uma vida medíocre, mas crescer na amizade com Deus. E os passos que a Quaresma nos ensina passa pelas práticas de jejum, oração e caridade.
Neste ano, refletindo essa parábola de Jesus, sobre Lázaro e o rico (Lucas 16,19-31), o Papa deseja nos ensinar que o outro é um dom, e que o primeiro convite que Deus nos faz nesse tempo é de abrir o coração ao nosso próximo, seja ao nosso vizinho ou um pobre desconhecido, reconhecendo neles o rosto de Cristo.
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
É comum, nas paróquias, incentivar as penitências da Quaresma, e muitos aderem ao costume mesmo sem saber o motivo pelo qual o faz; muitas vezes, deparamo-nos com práticas vazias. Muitos não comerão chocolate, outros não beberão refrigerante, e por aí vai… Mas o Papa, ao falar que não devemos nos contentar com uma vida medíocre, vem nos alertar justamente para o fato que nos preocupamos muito com a aparência, e nos
esquecemos de praticar realmente o amor.
Podemos passar quarenta dias sem comer chocolate, mas, durante esses dias, não mantemos a inimizade com o vizinho ou uma pessoa da própria família. E assim agimos como esse homem rico que desprezava Lázaro.
O Papa recorda que, na parábola de Jesus, o outro homem, ao contrário, não tem nome como Lázaro; ele é chamado somente de “rico”. Ele se veste como um rei e se comporta como um deus, esquecendo-se de que é simplesmente um mortal. Em sua ambição e ganância, torna-se cego ao seu igual que sofre, e se preenche de banquetes e festa todos os dias.
Na quarta-feira, ao recebermos as cinzas sobre nossas cabeças, ouvimos do sacerdote: ‘Recorda que tu és pó e ao pó voltarás’. É um convite sincero de Deus a uma reflexão importante na nossa vida; não somos melhor que os outros, e que um dia morreremos e não levaremos nada conosco.
O livro ‘Imitação de Cristo’ ensina que “muito depressa chegará o nosso fim”, e nos convida a olhar bem como estamos vivendo.
O Papa conclui, em sua reflexão, que a raiz do mal no homem rico é não ter escutado a Palavra de Deus. A Palavra é força viva, capaz de suscitar a conversão no coração dos homens e orientar novamente as pessoas a Deus.
Quando Ele pede a Abraão que permita a Lázaro voltar e alertar seus irmãos, para que possam mudar de vida, Abraão o responde que eles têm Moisés e os profetas, referindo-se, assim, à própria Palavra de Deus.
Fechar o coração ao dom de Deus que nos fala traz como consequência um coração fechado ao dom do irmão. Assim, fica o convite claro do Papa Francisco para esse tempo de Quaresma. Não basta somente fazer suas práticas de penitência; se as for fazer, ofereça-as por alguém; se fizer jejum de alguma comida, cuide de oferecê-la a algum pobre; tente também fazer penitência de não falar palavrões ou não falar mal do seu próximo; se tiver brigado com alguém, procure-o nesse tempo e se reconcilie, perdoe, peça perdão e dedique esse tempo para meditar a Paixão de Cristo.
O Papa nos falou da importância de escutar a Palavra de Deus. Nesse tempo, seria interessante dedicar-se à leitura de um Evangelho, conhecendo melhor assim a vida de Nosso Senhor.
Por que não fazer uma penitência de dedicar um pouco do seu tempo a escutar um idoso, ajudar um orfanato ou asilo? Tantas são as possibilidades que nos permitem fazer deste tempo verdadeiramente um tempo de conversão.
Um grande abraço! Estamos unidos pela oração.