A Igreja católica olha com respeito os cristãos que estão fora dos seus limites.
Foto: Catarina Jatobá/cancaonova.com
O Catecismo nos ensina algo muito importante sobre isso: “Os que hoje em dia nascem em comunidades que surgiram de tais rupturas e estão imbuídos da fé em Cristo não podem ser arguidos de pecado de separação, e a Igreja católica os abraça com fraterna reverência e amor… Justificados pela fé recebida no batismo, estão incorporados em Cristo, e por isso, com razão, são chamados com o nome de cristãos, e merecidamente reconhecidos pelos filhos da igreja católica como irmãos no Senhor” (Un. Redintegratio,3) (Catecismo nº. 818).
A Igreja também reconhece que “muitos elementos de santificação e de verdade existem fora dos limites visíveis da Igreja Católica: a palavra escrita de Deus, a vida da graça, a fé, a esperança e a caridade e outros dons do Espírito Santo” (UR, 3).
O Catecismo ainda afirma que: “O Espírito Santo de Cristo serve-se dessas igrejas e comunidades eclesiais como meios de salvação, cuja força vem da plenitude da graça e da verdade que Cristo confiou à Igreja Católica”. Todos esses bens provêm de Cristo e levam a Ele e impelem à “unidade católica” (Lúmen Gentium, 8).
Essas palavras não querem, de forma alguma, dizer que podemos aceitar essa triste realidade dos irmãos separados da fé católica, “como se tudo estivesse bem”. Não! O verdadeiro ecumenismo nunca será uma forçada justaposição de muitas igrejas, mas o reconhecimento de que só há uma Igreja fundada por Jesus e que contém com garantia todo o “depósito da fé” e a plenitude dos meios da salvação.
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Instrumentos de Salvação
Embora reconheça tudo isso, a Igreja Católica tem consciência de que possui, como disse o Papa João Paulo II, “por vontade expressa de Deus, a plenitude dos meios da salvação”, ou seja, “todos os instrumentos da graça”(UR,3 e 4).
Nossos irmãos separados da fé católica, que já nasceram nas igrejas ditas evangélicas, não podem ser culpados pela separação havida no passado; contudo, estão desprovidos de muitos meios de salvação e santificação que Jesus nos deixou: sacramentos, devoção a Maria, intercessão, santos, sacramentais etc.
É preciso lembrar que, quando a Igreja Católica se refere às igrejas protestantes, ela pensa naquelas tradicionais e históricas, não nessa multidão incontável de seitas que se multiplicam a cada dia, de maneira incontrolável e independente.
A “Lumen Gentium” deixa bem claro que:
“A única Igreja de Cristo é aquela que nosso Salvador, depois da Sua Ressurreição, entregou a Pedro para apascentar e confiou a ele e aos demais apóstolos para propagá-la e regê-la… Essa Igreja, constituída e organizada neste mundo como uma sociedade, subsiste na Igreja Católica governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele” (LG, 8).