Aprofundando no tema:
Encontrar-se consigo mesmo, reconhecer as misérias, as fragilidades humanas, a incapacidade de amar, a falta de zelo consigo e com o outro e tantas outras realidades que nos cercam. Ainda sim, com toda a nossa miséria, sabemos que Deus nos perdoa e nos acolhe de volta. Ele nos restitui a liberdade interior. Os Sacramentos são essencialmente salvação, pois nos devolvem para nós mesmos e para Deus. O poder curador do Sacramento da Reconciliação faz justiça a sua eficácia. A misericórdia de Deus é imensa, e enquanto o “tic-tac” do relógio da vida continua girando, até o último minuto podemos ter a certeza de um Deus capaz de nos amar e perdoar. A confissão é um tesouro imensurável; e assim como os outros Sacramentos, a bondade e a misericórdia do Senhor não possuem limites, constituiu sacerdotes para serem esses instrumentos de salvação.
A novidade em nossa existência vem dessa participação na vida divina
Esse sacramento nos coloca dentro do coração de Deus com as roupas do nosso batismo lavada pela absolvição. O Catecismo da Igreja Católica nos lembra que “Só Deus perdoa os pecados (cfr. Mc 2,7). Por ser o Filho de Deus, Jesus diz de si mesmo: ‘O Filho do homem tem poder de perdoar pecados na terra’ (Mc 2,10) e exerce esse poder divino: ‘Teus pecados estão perdoados!’ (Mc 2,5; Lc 7,48)”. E também explica mais uma coisa: na noite do dia da Ressurreição, os discípulos estavam reunidos em casa com as “portas fechadas por medo dos judeus” (Jo 20,19). O Senhor apareceu no meio deles e disse: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos” (Jo 20,21). “Em virtude de sua autoridade divina, transmite esse poder aos homens (cf. Jo 20,21-23) para que o exerçam em seu nome”, “Em virtude de sua autoridade divina, Jesus confere esse poder aos homens (cf. Jo 20,21-23) para que o exerçam em seu nome”, de modo que os sacerdotes possam perdoar pecados e restaurar a paz na consciência.
Quando confessamos, estamos dentro do sigilo sacramental, uma confiança sagrada entre o penitente, o conhecimento dos pecados e o padre. É um assunto que pertence a Deus e a pessoa que ali se confessa. Papa Francisco nos aprofunda:
Quantas vezes nos sentimos sozinhos e perdemos o encadeamento da vida! Muitas vezes, já não sabemos como recomeçar, cansados de nos aceitarmos. Temos necessidade de começar do princípio (…). O cristão nasce pelo perdão que recebe no Batismo; e daqui é que sempre renasce: do perdão arrebatador de Deus, da sua misericórdia que nos restaura. Só como perdoados podemos recomeçar revigorados, depois de termos experimentado a alegria de ser amados até ao extremo pelo Pai. Só através do perdão de Deus é que acontecem em nós coisas verdadeiramente novas (…) Receber o perdão dos pecados, através do sacerdote, é uma experiência sempre nova, original e inimitável.
Recomeçar não é fácil, mas é o caminho que nos alcança a liberdade. Ainda mais quando combatemos o nosso orgulho e deixamos nossas feridas internas serem curadas, elas ficam amostra na Confissão. Somos curados por este Sacramento.
Assim diz o Catecismo sobre ter uma frequência no Sacramento: além de curar, somos reestruturados a nível de consciência
A confissão regular de nossos pecados veniais nos ajuda a formar a consciência, a lutar contra nossas más tendências, a deixar-nos curar por Cristo, a progredir na vida do Espírito. Recebendo mais frequentemente, por meio deste sacramento, o dom da misericórdia do Pai, somos levados a ser misericordiosos como ele (cfr. Lc 6,36)
Um grande santo dos nossos tempos nos ilumina com suas palavras: “Deus espera-nos, como o pai da parábola, de braços estendidos, ainda que não o mereçamos. Não importa a nossa dívida. Como no caso do filho pródigo, apenas é preciso que abramos o coração. Por fim, não temos nada a perder!
Guilherme Razuk – Seminarista da Comunidade Canção Nova