A única forma de sobrevivência para o grão que cai na terra é morrer, pois não tem sentido um grão cair na terra e não morrer, pois já é próprio da sua evolução, do seu processo do seu fim último, morrer para dar fruto.
A mesma coisa acontece com todos nós que entregamos nossa vida para evangelização, pois a partir do momento que deixamos nossa casa, deixamos nossos sonhos, nossos trabalhos, nossa família para nos entregarmos a Deus, não podemos querer ter outro fim senão “morrer”. Jesus literalmente morreu, deu tudo, aniquilou-se, desprendeu-se, para salvar e dar vida. Hoje, posso dizer que sou fruto desse grão que caiu na terra e quis morrer para produzir fruto.
“Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só. Mas se morre, produz muito fruto.” (Jo 12,24)
Na nossa vida com Deus também acontece a mesma coisa. De tempo em tempo, Deus está nos chamando a uma “morte”, não estou falando de morte física, mas de morrer para si mesmo, para as próprias vontades, desejos, caprichos, vícios, más inclinações, maus hábitos, para o individualismo, conceitos e preconceitos, consumismo.
Se pararmos para enumerar, ainda existem muitas mortes para acontecer em nós e assim chegarmos à perfeição de Cristo. Hoje, quero convidar você, que é grão e já se encontra nessa grande terra que é a Igreja, a perceber o que precisa morrer na sua vida, para começar a produzir frutos. O mais rico de tudo isso é perceber que os frutos dessas “mortes” em nossas vidas não atingem somente a nós, mas a tantos outros que até desconhecemos. E essa é a maior alegria que o coração daqueles que deram sua vida a Deus pode provar.
Fico imaginando a alegria dos santos que no seu tempo se entregaram para que hoje pudéssemos estar aqui querendo imitá-los com nossas limitações.
Vale a pena ser grão e querer cair na terra! Faça a experiência e não fique mais só.
Deus abençoe sua decisão.