Uma corrente que mudou minha vida

Quando recebemos algo bom, naturalmente pensamos em retribuir o benefício, pois a gratidão desperta em nosso interior e nos leva à ação. Acredito que o mesmo acontece na evangelização. Cada pessoa que percebe sua vida transformada – como fruto do anúncio da Boa Nova – de certa forma deseja contribuir para que outros também experimentem tamanha graça. Foi isso o que aconteceu comigo há um tempo e acontece ainda hoje.

Organizando meus escritos, encontrei o depoimento dado para um jornal, no qual me peguntaram por que pertenço à Comunidade Canção Nova. Reli o artigo e pensei: “É isso mesmo! Preciso dizê-lo para mais pessoas!”.

Você já ouviu falar do filme “A corrente do bem”? A ideia principal do longa-metragem é a de proporcionar a outros o bem que recebemos e assim os atos de bondade vão se multiplicando, transformando vidas e realidades.

Tudo começa com um menino, cuja tarefa escolar dizia que para o mundo ser melhor era preciso fazer três coisas boas. Então, a corrente teve início com três metas: ajudar uma velhinha a atravessar a rua, comprar um lanche para um faminto e sorrir para alguém triste.

Respondendo ao jornalista sobre o motivo de pertencer à Canção Nova, falei sobre esse filme e lhe contei que minha vida foi restaurada pelo bem que Deus me fez por meio dessa comunidade e que, por amor e gratuidade, fiz a escolha de dedicar não só minha profissão, mas também minha vida para fazer essa corrente tornar-se mais forte.

Tive meu encontro pessoal com Cristo quando não esperava. Por insistência de uma amiga fui visitar um grupo de oração da minha cidade e lá senti o amor de Deus tocar meu coração. Não entendi o que aconteceu naquela noite, mas me senti tão bem que saí daquele lugar transformada, querendo levar a mesma graça que experimentei a todas as pessoas, a começar pelos de minha casa. Enfim, queria que todos conhecessem este Jesus que eu acabava de descobrir que estava vivo e continua tocando os corações.

Alguns que me conheciam, pensavam que era empolgação passageira e tinham suas razões. Apesar de ser de uma família católica, não costumava frequentar a Igreja e estava começando uma carreira artística que poderia me afastar ainda mais dos desígnios de Deus. Porém, persisti na caminhada com Cristo. Comecei logo a procurar aliados que me ajudassem a perseverar e, por Providência Divina, nessa época conheci a Canção Nova. Foi uma questão de identidade entre mim e o carisma. Quanto mais eu conhecia a missão dessa obra de Deus, tanto mais me identificava com ela. Graças a Deus esta descoberta continua a cada dia.

Desde criança eu pensava em fazer algo capaz de tornar o mundo melhor. Imaginava que minha vida teria mais sentido se colaborasse com a felicidade de outros. Não era apenas sonho infantil, era uma inspiração que, na época, eu não compreendia; mas hoje sei: era sinal de minha vocação.

Acredito que, como missionária na Comunidade Canção Nova, estou contribuindo para tornar o mundo melhor, sim. A “corrente do bem” continua atingindo muitos corações, todos os dias, por meio dessa obra.

Minha vida foi transformada pelo anúncio do Evangelho e minha alegria está em viver para que outros também experimentem esta graça, quando falo, escrevo, atendo telefonemas, gravo, produzo e apresento programas, ou realizo as atividades próprias do dia a dia. Tenho consciência de que estou unida a uma obra para cuja missão Deus me criou; e a força para nossa missão nós a encontramos em Deus por meio da oração.

O Apóstolo Paulo, na Carta aos Filipenses, nos lembra que somos “cidadãos do céu”, e que precisamos nos colocar a serviço de todos para contribuir na construção da cidade terrena na justiça e no amor. Fala com outras palavras da nova civilização com a qual tanto sonhamos.

E poderíamos nos perguntar: “Então, como atrair as pessoas para Cristo a fim de que Ele as transforme?” A resposta vem do próprio Evangelho: “Vivendo como Ele viveu”! Aí está nosso desafio constante. De fato, se praticarmos a Palavra de Jesus Cristo, estaremos cada vez mais sintonizados com Seus pensamentos, ensinamentos e jeito de ser. Dessa forma, daremos continuidade à corrente que Ele começou ao dar a vida por nós.

Pelo poder do Seu nome e vivendo Sua Palavra, somos impulsionados a doar a vida pelo próximo, assim como Ele o fez. Desse modo, damos continuidade à “corrente do bem”, a qual mudou a minha vida e pode mudar a sua.

Que tal começar, hoje, a praticar gestos de bondade em gratidão pelo bem que você recebeu? Anunciar o Evangelho a pelo menos uma pessoa que encontrar neste dia já é um bom começo.