O grande “presente” do Cristo Ressuscitado é o dom do Espírito Santo, derramado em profusão sobre a primeira comunidade dos cristãos, depois dos dias de oração vividos com Maria, Mãe de Jesus.
Os apóstolos de Jesus, antes temerosos diante da perseguição destinada também a eles, como acontecera com o Senhor, recebem o dom do Espírito Santo na manhã de Pentecostes e assumem decisivamente o anúncio do Evangelho. Sua palavra torna-se agora incisiva, toca o mais profundo dos corações, gera a conversão e faz com que a Igreja, agora “inaugurada” com a força do Espírito, cresça e se espalhe por toda parte.
Os acontecimentos narrados pelos Atos dos Apóstolos fazem pensar numa nova criação (cf. At 2,1-11).
Como nas origens, Deus agora faz um mundo novo, invertendo o desastre representado pela Torre de Babel. Se então os homens começaram a se desentender, no Pentecostes surge uma nova humanidade reconciliada. A Igreja nascente terá como missão a reunião de todos os povos em torno da Nova Aliança.
Com a ação do Espírito Santo, que enche os corações dos fiéis com os seus dons, nascem na Igreja os ministérios, serviços a Deus e aos irmãos.
Sem sua presença silenciosa, mas efetiva, nenhum bem existe do ser humano. “Ao sujo lavai, ao seco regai, curai o doente. Dobrai o que é duro, guiai no escuro, o frio aquecei.” ( Seqüência de Pentecostes). De fato, a Igreja se renova continuamente pelos carismas que o Espírito Santo suscita, na variedade das atividades: pastorais, movimento apostólicos e de espiritualidade.
O Apóstolo São Paulo vê nos diversos dons e carismas existentes na Igreja a manifestação do Espírito. Mas, na beleza da variedade, os diversos grupos e pessoas deverão reconhecer, com maior clareza, o bem comum, para superar o individualismo e oferecer o melhor de si para um mundo novo.
É nosso dever dar testemunho da unidade, superando o escândalo da divisão não só entre diversas Igrejas e comunidades cristãs, mas também dentro da própria Igreja Católica. Há que se rezar com confiança para que haja “um só rebanho e um só Pastor”, para que a Igreja, conduzida pelo Espírito, ofereça o testemunho da comunhão, a fim de que o mundo creia.
Há alguns anos, ouvi um intelectual, que se professa agnóstico, uma contratação: “A Igreja é a instituição humana com maior capacidade de se refazer de suas próprias crises”. Sabemos muito bem que isto se dá justamente porque a Igreja não é uma instituição humana, já que sua origem é divina. Sabemos ainda que ela é conduzida, em sua história, pela contínua assistência do Espírito Santo, o Espírito da verdade, pelo que supera também os limites que caracterizam seus filhos!
Permaneça vivo o clamor da Igreja: Vinde, Espírito Santo, e enchei os corações dos vossos fiéis, e derramai neles o fogo do Vosso Amor!
Trecho do livro:Eis a nossa força