“Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém”. (I cor 10,23)
Sim, tudo me é permitido, e essa parece dentro da nossa “comodidade” ser a melhor parte da frase escrita pelo apóstolo Paulo.
Antes de partir para a segunda, abro um parêntese para afirmar que, de fato, Deus nos fez livres para agir de acordo com a nossa vontade. Ele nunca obrigou e jamais obrigará qualquer pessoa a fazer algo contra o seu desejo humano.
Somos livres para amar ou não amar; aceitar ou não a Sua vontade; ser ou não cristãos; buscar uma vida de santidade ou continuarmos escravos do pecado, “curtindo a vida” com todos os seus prazeres e seduções. Enfim, somos livres para todas e quaisquer possibilidades.
Olhando para a história da criação, podemos relembrar alguns personagens e ver como eles fizeram o uso da liberdade: Lúcifer, Adão, Eva, Caim, etc. Por que eles e também nós somos livres para fazer o que achamos ser o melhor? Como Deus nos dá essa liberdade de escolha? Colocando à nossa frente o bem e o mal, mostrando-nos as duas realidades com suas respectivas conseqüências. Cabe a cada um de nós escolher a bênção ou a maldição.
Olhando para esses personagens podemos perceber as conseqüências de suas escolhas, onde em meio às tentações, inveja, seduções, deixaram-se levar pelo “querer agir como Deus” sendo conhecedores do bem e do mal.
Agora repito o versículo, mas completando sua primeira parte: “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém”. Erraríamos e sofreríamos menos conseqüências se em qualquer situação da nossa história, vivêssemos essa exortação de Paulo.
Trazendo para nossa realidade, temos o objetivo de crescer em santidade, porém não estamos isentos de tentações, essa frase deveria estar constantemente na nossa mente e no nosso coração para que, num momento difícil, ela seja a ajuda adequada.
Pensemos juntos: Deus nos dá liberdade porque não quer nos agredir. Como cristãos, mesmo sabendo que tudo nos é permitido, nossa consciência sempre grita: isso nos convém?
Cito alguns exemplos: podemos nos vestir muito bem, sem a intenção de seduzir, ou também nos vestirmos com outras intenções. Isso nos é permitido, mesmo não sendo a vontade de Deus, mas nos convém? Quantas pessoas podemos levar ao pecado com essas atitudes? Inúmeras!
Podemos com nossos lábios rezar, cantar, elogiar, agradecer, mas podemos também xingar, amaldiçoar, murmurar. Mas o que nos edifica e edifica os que convivem conosco?
Com o nosso testemunho de vida, podemos levar muitas pessoas para mais perto de Deus, mas, podemos com nosso contra-testemunho levá-las a uma profunda decepção, ou o pior ainda, à perdição.
Tenho lutado a cada dia, procurando optar pelo bem, pelo que, me santifica e até pelo mais difícil, que é o que me desafia levando-me a sair de mim mesma. Isso porque como você, também vivo tentações, relaciono-me com os diversos tipos de pessoas, cada uma com um temperamento. Mas não tenho me fechado em mim mesma. Não fico esperando que as pessoas venham até mim ou tenham as atitudes que eu quero que elas tenham. Procuro dar o primeiro passo.
Posso dizer que a experiência que tenho vivido é maravilhosa. Bem diferente de como foi no passado onde me fechava e em alguns momentos, dentro da minha liberdade optava pelo mal.
Testemunho hoje, com a minha vida, que a opção pelo bem vale a pena, mesmo que, às vezes, eu passe por algumas humilhações.
Tudo isso é um exercício diário de santidade e essas situações bem vividas e acolhidas tornam-se nosso passaporte para o céu.
Façamos sempre a opção pelo bem! Que Deus abençoe nosso propósito.
Unida em oração,