Ser sinais...

O chamado a seguir a Cristo com uma especial consagração é um dom da Santíssima Trindade para todo o povo dos eleitos. Tendo no batismo a origem sacramental comum, consagrados e consagradas vão ao encontro dos outros fiéis, para compartilhar a vocação à santidade e ao apostolado. Ao ser sinais desta vocação universal, eles manifestam a missão específica da vida consagrada.

As pessoas consagradas receberam, para o bem da Igreja, o chamado a uma “nova e especial consagração” que compromete a viver, com amor apaixonado, a forma de vida de Cristo, da Virgem Maria e dos apóstolos. No mundo atual, urge um testemunho profético, apoiado sobre a afirmação da primazia de Deus e dos bens futuros, como transparece do seguimento e imitação de Cristo, casto, pobre e obediente, voltado completamente a glória do Pai e ao amor dos irmãos.

Num mundo dominado pela secularização, a vida consagrada convida a considerar o primado da graça.


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Em missão para o Reino
Assim como Deus consagrou e enviou seu Filho ao mundo para a missão de nos salvar, assim também os que Deus chama ao seguimento de Jesus são consagrados e enviados ao mundo para continuar a missão d’Ele. A própria vida consagrada, sob a ação do Espírito Santo, se faz missão. Quanto mais os consagrados se deixam conformar com Cristo, tanto mais O tornam presente e operante na história para a salvação dos homens.

Os conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência, vividos por Cristo na plenitude da sua humanidade de Filho de Deus e abençoados por seu amor, aparecem como uma via para a realização plena da pessoa em oposição à desumanização, um poderoso antídoto para a contaminação do espírito, da vida e da cultura. Proclamam a liberdade dos filhos de Deus e a alegria de viver segundo as bem-aventuranças evangélicas.

A vida religiosa exige, por sua própria natureza, uma constante disponibilidade naqueles que a ela são chamados, a uma progressiva assimilação dos sentimento de Cristo. Tal caminho deve permanecer durante toda existência para comprometer toda a pessoa, coração, mente e forças (Mt 22,17), tornado-a semelhante ao Filho que se doa ao Pai pela humanidade. Assim entendida, a formação não é mais apenas um tempo pedagógico de preparação para os votos, mas representa um modo teológico de pensar a própria vida consagrada, que é uma formação jamais terminada, “uma participação na ação do Pai que, através do Espírito Santo, plasma no coração os sentimentos do Filho” (V.C, 66).

De um modo particular, a pessoa consagrada aprende a deixar-se plasmar pelo ano litúrgico, em cuja escola revive progressivamente em si os mistérios da vida do Filho de Deus com os seus mesmos sentimentos, para partir de Cristo e da sua Páscoa, morte e ressurreição, a cada dia da vida.

As pessoas consagradas devem viver profundamente a sua consagração, de modo a serem sinais visíveis da alegria que Deus dá a quem escuta o seu chamado. Daí a necessidade de comunidades acolhedoras e capazes de compartilhar o ideal divino de vida com os jovens, deixando-se interpelar pelas exigências de autenticidade e prontas para caminhar com eles.

.: Do livro: Os novos movimentos eclesiais , Dom João Evangelista Martins Terra