Pregar a reconciliação num mundo como o nosso, onde o rancor e a vingança vão ganhando espaço nos corações, é uma grande e difícil tarefa! Na maioria das vezes o gosto é amargo, mas não é impossível!
Reconciliação significa realizar um acordo entre as partes numa comum unidade e entendimento.
Porém, o verbo grego tem uma força de expressão maior: indica a passagem de um estado para outro. Apresento aqui duas formas de reconciliação: Com Deus e com os irmãos (pai, mãe, filhos, amigos, cônjuges, vizinhos
)
A reconciliação com Deus é sempre necessária e urgente. Reconciliar-se é deixar-se fazer novamente amigo de Deus! Experimentar a misericórdia de d’Ele, deixar que Ele exercite em nós a Sua misericórdia!
Na verdade, todos nós necessitamos de misericórdia. Necessitamos dela por causa das nossas grandes responsabilidades, assim como por causa da nossa fraqueza e miséria moral. Mal podemos dar três passos sem errar algum.
Aprendamos a usar o caminho privilegiado da reconciliação, que é o sacramento da confissão, como sinal sagrado instituído por Cristo para perdoar os pecados mortais e para incrementar a graça santificante. Também podemos falar a Deus quando nosso coração está pesado e sem motivação; quando estamos tristes ou preocupados.
São atos simples, que podem ser feitos em qualquer lugar e que mantêm a nossa alma orientada para Deus. Eles nos preparam para uma boa e sincera recepção do sacramento da Penitência.
A reconciliação com nossos irmãos também é essencial. É a oração do Pai-Nosso: Perdoai-nos assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
Com certeza, não haveria verdadeira reconciliação com Deus se não houvesse um perdão sincero pelas faltas dos nossos próximos. Olhando para a Parábola do Filho Pródigo (cf. Lc 15, 1ss), a atitude do filho mais velho é altamente significativa. Ele também tinha necessidade de se reconciliar com o coração de seu pai. Apesar de estar fisicamente próximo, espiritualmente estava muito longe e precisava da misericórdia do Pai. Podemos dizer que o filho mais velho descobre a misericórdia do Pai vendo a misericórdia deste para com seu irmão. Faz-se, por assim dizer, participante da misericórdia do Pai.
Se hoje você enfrenta este grande desafio interior de perdoar, creia e dê o passo. Perdoar e se reconciliar é experimentar um pouco de Deus! Sentir o gosto bom da presença d’Ele em nós! É a sensação de vitória, de bem-estar por ter vencido um obstáculo É vivência de uma obra nova dentro de nós!
Tenha a disposição interior de perdoar e depois disso dê um passo, faça um gesto concreto. Perdoar é libertação para o coração, para a alma. Não tenha medo!