Durante muito tempo, utilizei na minha oração cotidiana as seguintes palavras:
O Senhor é meu pastor. Nada me falta. Em verdes pastagens me faz repousar; para a fonte tranqüila me conduz e restaura minhas forças (Salmo 23:1-3a)
Rezava com essas palavras pela manhã, procurando estar concentrada apenas no que estava dizendo. Depois, as dizia, em vários momentos do dia, durante minha jornada de trabalho, em meio ao corre-corre, para lá e para cá.
Às vezes, elas [palavras] pareciam contrastantes, pois à minha volta, o cenário parecia muito diferente: ruas intransitáveis, pessoas apressadas, lugares tristes e pesados, mas eu continuava a proclamar: O Senhor é meu pastor (…) e ia permitindo que essas palavras penetrassem o meu interior e tomassem conta de mim. Assim, eu ia experimentando este “pastoreio”, que apesar das ruas congestionadas, do vai-e-vem das pessoas apressadas e dos lugares tristes não me contam a verdadeira história do que eu sou.
Não pertenço a este mundo materializado, nem mesmo aos poderes que o governam. Eu sou do meu Pastor, Ele me conduz, por isso nada me falta. Ele me leva para a fonte tranqüila e restaura as minhas forças. Na presença do Senhor não existe mais nada que eu queira. De fato, Ele me dá o descanso por que meu coração anseia e me tira de toda a escuridão da depressão.
É bom saber que milhares de pessoas vêm utilizando essas palavras desse Salmo durante séculos e nelas encontram descanso e consolo. Não estou sozinha, muitos em algum momento de suas vidas, tiveram a mesma experiência que eu ao ler e rezar assim. Tantos homens e mulheres fizeram destes versículos sua oração mais íntima com o Pastor de suas vidas, e eu, agora, posso neste tempo, unir-me a elas na certeza de que estas palavras continuarão a ser recitadas por todos os séculos.