Eu desejo ser um lápis

Ao assistir a um filme sobre a vida de Madre Teresa de Calcutá, uma frase dela chamou-me muita atenção: “Sou apenas um lápis nas mãos de Deus, e é Ele quem escreve.”

Fiquei pensando: “Por que um lápis e não uma caneta?” Fiquei horas fazendo esta comparação.
O lápis por si é mais simples do que a caneta, e uma característica dele é que quando a sua ponta quebra ou está acabando, podemos apontá-la novamente, e ao errarmos ao escrever, damos um jeito de apagar. Ao passo que a caneta, ao acabar a tinta, por mais bela que seja, geralmente, é jogada fora e também não conseguimos apagar a sua escrita e mesmo se usarmos um corretivo, percebemos nitidamente ainda o seu efeito.

Como seria a nossa história escrita à caneta? Ou sendo nós uma caneta?
Deus vai nos “apontando” na escrita da vida. Quanto mais somos “apontados”, tanto melhor fica a escrita. Não é fácil passarmos por este processo, mas a nobreza do lápis está em se deixar gastar para servir da melhor maneira possível, sem ficar pensando se vai acabar ou não. Aprendamos a ser nobres com este objeto, deixando-nos “apontar” por Deus, para que Ele faça – em nós e através de nós – o que precisa ser feito, mesmo que custe a nossa vida.

O Senhor até poderia escrever a nossa história à caneta, só que, muitas vezes, nós a pegamos para escrever e “escrevemos errado”, ou seja, quando não fazemos as escolhas certas, e isso traz sérias conseqüências para a nossa vida.
Já pensou se fosse mesmo uma “caneta” que Ele utilizasse? Só que Deus, na sua imensa misericórdia e conhecendo a nossa limitação humana e inclinação ao erro, escolhe um simples “lápis” para escrever a nossa história, porque com este pode haver correção.

Como? Você deve estar se questionando como eu o fiz. Não é que vamos voltar ao passado e apagar os acontecimentos da nossa história, os erros e pecados que cometemos. Mas há uma “borracha” e um “apontador” que se chamam misericórdia de Deus, manifestada no Sacramento da Confissão, quando nos arrependemos sinceramente das faltas cometidas. Mesmo que os acontecimentos continuem em nossa lembrança, o Senhor nos perdoa e, pouco a pouco, vai curando nossas lembranças. E podemos nos alegrar porque o nosso nome permanece escrito no “livro da vida”.

Você entendeu agora por que Deus usa o lápis e não a caneta?