Esse texto foi escrito pensando em nós, católicos batizados e catequizados. Não pensei naquela pessoa que não sabe o que significa a Eucaristia, mas em você, que já ouviu, na aula de catequese, numa pregação ou numa homilia, que faltar à Missa aos Domingos é pecado mortal. Não pensei em quem acha que Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora de Fátima são “duas santas diferentes”, mas em você, que aprendeu que é necessário se confessar para obter a absolvição dos pecados. Finalmente, não escrevo para quem acha que Jesus foi um “grande psicólogo” ou um “ser iluminado”, mas para você, que sabe que Cristo é Deus, a segunda pessoa da Santíssima Trindade, único Redentor do mundo.
Pois bem. Estabelecido o público-alvo do texto, preciso repetir o apelo do título: você não acha que está na hora de tomar vergonha na cara e levar Deus a sério?
Por mais que você não costume ler a Bíblia todos os dias (e deveria, deveria mesmo!), já deve ter ouvido aquela passagem em que Jesus adverte que não é só quem mata que peca, mas todo aquele que se enche de cólera contra o irmão, deseja-lhe o mal e o insulta. Também deve lembrar que Jesus disse para amar os inimigos e rezar pelos que fazem o mal. Por que então você celebra quando vê um vídeo de um assaltante sendo morto pela polícia? Ou torce para que esse ou aquele bandido apanhe ou leve um tiro?
Você sabe quais pecados tem cometido?
Você sabe que Jesus também disse que quem olha uma mulher desejando-a já comete adultério em seu coração. Por que então continua em grupos de WhatsApp recebendo e abrindo vídeos pornográficos? Por que continua escutando músicas que só falam de traição e de sexo?
Você deve lembrar que Cristo ensinou que não deveríamos julgar o próximo, mas você continua julgando (que, na verdade, pode ser compreendido como simplesmente “falar mal”) o Papa, o padre da sua paróquia, seu vizinho, aquele cantor na TV, enfim, ninguém escapa da sua língua ferina, venenosa.
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Antes de se decidir de maneira definitiva por Cristo, esta era a oração de Santo Agostinho: “Senhor, dai-me a castidade e a continência, mas não agora”. Dizia ele que temia que o Senhor o ouvisse logo e o curasse imediatamente da doença da concupiscência, que antes ele preferia suportar que extinguir. Ele sofria interiormente porque havia descoberto a Verdade, que é Cristo, mas não conseguia se desvencilhar das garras da luxúria, a sua grande fraqueza. Sua vontade ainda era mais apaixonada pelos prazeres da carne do que por Cristo.
Abandone o pecado
Parece ou não conosco? Sabemos quem é Cristo, fomos educados na fé católica, frequentamos as Santas Missas, conhecemos os mandamentos de Deus, mas não queremos abandonar o pecado agora, nesse momento. Vamos empurrando com a barriga porque somos sem-vergonha e queremos continuar servindo dois senhores: Deus e o pecado. “Ah, mas eu não sou escravo da luxúria”. A questão não é a luxúria, mas a obstinação em permanecer no pecado, seja ele a inveja, o julgamento, a ira, a mentira ou o orgulho. Se você sabe que injustos, devassos, idólatras, adúlteros, avarentos, bêbados e ladrões não herdarão o reino de Deus, por que continua a se comportar como eles?
Precisamos ter a consciência do que disse Santa Teresinha: “Para amar a Deus na terra só tenho o dia de hoje”. Amar a Deus significa abandonar tudo aquilo que o desagrada, significa optar por Ele, enveredar pelos seus caminhos hoje, já! Não “cozinhe” o chamado de Deus em banho-maria, não brinque com o pecado, não despreze o sacrifício de Cristo na cruz. Jesus não se encarnou no seio da Virgem Maria, pregou a Boa Nova, foi injustamente acusado, torturado e assassinado na cruz para você deixar sua conversão para amanhã.