Por diversas vezes, pedi a Deus um coração adorador, mas não havia parado muito para pensar em como, de fato, é um coração assim. Ao rezar, num retiro, no último final de semana, veio-me uma inspiração que partilho agora com você.
Eu estava diante de Jesus Sacramentado com outros irmãos de comunidade, e fomos, um após o outro, pedindo a Deus o coração que gostaríamos de ter. Quando chegou a minha vez, pedi a graça de ter um coração adorador. No mesmo instante, veio-me a moção interior de que um coração adorador é um coração ferido. E aos poucos, fui tendo a clareza dessa inspiração.
Se eu quiser que o Senhor faça com que eu tenha um coração adorador, meu coração tocará constantemente na falta de consolação e finitude das coisas, das pessoas e das situações, para que assim, eu possa cada vez mais me voltar a Ele, meu Senhor a ser adorado.
Não serei curado de tudo o que procuro, meus problemas não serão todos resolvidos, nem todas as respostas serão alcançadas, porque, afinal de contas, plenitude de paz, alegria, amor, perfeição, somente no Senhor.
Será que não é por isso que há uma certa dor acompanhando seu coração ultimamente? Você percebeu que o único lugar onde tem encontrado apoio, segurança, consolo é diante de Jesus Sacramentado ou quando está em comunhão profunda com Ele? Isso é resultado da graça que você tem buscado, de ter um coração adorador.
Isso não significa que seremos pessoas tristes e cabisbaixas, que fogem dos problemas. Não. Enfrentamos as situações, testemunhamos ao mundo nossa alegria de cristãos, mas lá no fundo a gente sabe, que só nEle, de fato, descansamos. E O procuramos, O adoramos mais e mais, pois acreditamos, como São Paulo, que “os sofrimentos do tempo presente não têm proporção com a glória que deverá revelar-se em nós” (Rm 8,18).