O encontro com o Senhor Jesus é o mais comprometedor e difícil de superar. São poucos os que conseguem chegar a esta dimensão e permanecer nela.
Jesus diz: Nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino dos céus (Mt 7,21).
O encontro com Jesus que cura não é a chegada, mas o começo da nossa caminhada. Isto não deve, de forma nenhuma, tirar nossa coragem, porque o que interessa é que estamos caminhando.
Geralmente, durante o percurso, chegamos ao deserto que, como explicam os místicos, é uma etapa essencial para uma real maturação espiritual. No entanto, o maior risco que corremos é o de chegarmos ao oásis e pararmos de forma definitiva.
O que é um Oásis?
É uma área do deserto onde a terra produz vegetação; tem água, palmas, árvores, etc. Em suma, existe tudo que serve para sobreviver.
Moisés, encarregado por Deus de conduzir os israelenses do Egito para a Terra Prometida, durante a viagem, que durou quarenta anos, encontrou diversos oásis como o de Jericó. Em tais ocasiões, Deus sugerira a Moisés parar para descansar.
Descansar no oásis é muito prazeroso, mas, após o descanso, chegava a nova ordem: Enrolar as tendas e recomeçar a caminhada. Mas o povo de Israel, diante desta ordem, muitas vezes se rebelou.
Hoje, na nossa vida acontece a mesma coisa; queremos ficar para sempre no oásis e o procedimento é simples: tentamos evitar os pecados graves; se caímos, corremos, imediatamente, para nos confessar; tentamos participar da Missa aos domingos e nos esforçamos para fazer o bem. Isto é o suficiente para nos salvar! Por que, então, recomeçar a caminhada? É dessa forma que ficamos parados para sempre.
Atenção! Para evitar esse perigo é bom que a alma, decidida a começar uma caminhada séria, escolha um guia espiritual que possa ajudá-la a distinguir um oásis de chegada e o ajude durante a longa e fatigosa viagem espiritual. Mas, às vezes, até o guia espiritual pode ser enganado pelo demônio, chegando a ser um verdadeiro perigo para as almas a ele confiadas.
Uma vez, um casal me procurou dizendo ter recebido um chamado bastante original: o Senhor tinha feito com que eles entendessem que deviam abandonar tudo para evangelizar, vivendo apenas da providência.Tentei convencê-los a não fazer isso, porque, a meu ver, era uma grave imprudência. Graças a Deus, não fui escutado e eles fizeram o que sentiam no coração. Atualmente, são dois evangelizadores incansáveis que fundaram escolas de evangelização no mundo todo.
Isso prova que podemos ser deletérios quando não estamos abertos para o Espírito Santo.
Do livro ‘Cura do mal e libertação do maligno’